O Governo não tem dúvidas de que o investimento tem crescido consistentemente nos últimos anos em Portugal. No entanto, está longe dos do pré-crise. O ministro Adjunto e da Economia disse esta segunda-feira que, para “dar o salto” há que melhorar a oferta de capital de risco e introduzir robótica e tecnologia, para aumentar a capacidade produtiva do tecido empresarial do país.
“Sabemos que o nível de capital disponível continua reduzido relativamente aos anos anteriores à crise. Sabemos que o nível de investimento ainda não chegou sequer para compensar a destruição de capital dos últimos 10 anos”, referiu no encerramento da conferência “Investimento, Inovação e Digitalização: O caso português”, que se realizou esta tarde no Museu do Dinheiro, em Lisboa.
De acordo com o “EIB Investment Survey 2018”, cerca de oito em dez empresas em Portugal (79%) investiram no último ano fiscal, uma percentagem que ainda está abaixo da média da União Europeia (87%). Num país de PME, foram as grandes organizações (85%) as mais propensas a investir do que as pequenas e médias (75%), concluiu a mesma análise.
Segundo o governante, o desafio da digitalização e da indústria 4.0 exige das economias “criatividade” e um conjunto de “fatores críticos”, entre os quais está a qualificação dos recursos humanos (mão de obra qualificada tecnicamente), a atração de capital/investimento e a inovação (incorporar novos processos e equipamentos).
Em declarações aos jornalistas, o ministro da Economia afirmou que, no ano passado, Portugal conseguiu “finalmente” com que o investimento em capital produtivo – “máquinas, equipamentos, computadores, excluindo imobiliário” – atingisse o patamar que tinha antes da crise financeira.
“O que aconteceu foi que durante muito tempo as empresas não investiram, portanto os níveis de investimento, ao terem caído muito significativamente a partir de 2010, significaram que ainda hoje em dia precisamos de fazer um esforço maior para recuperar o nível de capital que tínhamos”, justificou o ministro.
Pedro Siza Vieira assegurou aos meios de comunicação que “as empresas continuam a investir”. “Tenho percorrido o país a ver o que é a concretização de projetos de investimento: novas fábricas, a iniciar atividade e produção, a começar a vender, a exportar e a criar emprego. Isso deixa-nos confiantes, porque mostra que existe muita capacidade que está agora a ser posta ao serviço da economia e que vai com certeza ter resultados”, explicou.
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