As sociedades-veículo criadas após a nacionalização do Banco Português de Negócios (BPN), para gerir ativos problemáticos, registaram, em 2017, prejuízos de 109 milhões de euros, uma melhoria de 58% face a 2016.
Os relatórios e contas da Parvalorem, Parups e Parparticipadas, aprovados pelo acionista em 27 de fevereiro, mostram uma recuperação nas contas das sociedades, que, em 2016, tinham apresentado resultados negativos agregados de 264,3 milhões de euros.
Os documentos, enviados à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), mostram uma situação melhor em 2017, ainda que com algumas dificuldades.
A Parvalorem, com prejuízos de 78,8 milhões de euros, registou uma evolução favorável de 58,5% em relação a 2016. “Para esta variação contribuiu essencialmente a rubrica de provisões e perdas por imparidade, com uma variação positiva de 104,4 milhões de euros, em resultado da reversão de algumas imparidades registadas em anos anteriores”, revelou a empresa.
A Parups, por sua vez, registou resultados líquidos negativos de 22,7 milhões de euros, melhores em 58,1% do que em 2016, com um Comportamento explicado pela melhoria verificada nos proveitos operacionais e pela redução nos custos operacionais.
Já a Parparticipadas obteve 7,5 milhões de euros em prejuízos, uma melhoria de 61%.
Entre os fatores que ajudaram as sociedades a registar uma melhor performance está a resolução do problema dos quadros de Joan Miró, que estavam nos balanços de duas das sociedades. Assim, a Parvalorem, que detinha 72 obras, recuperou 44,5 milhões de euros com a dação dos quadros e a Parups, com 13, conseguiu arrecadar 9,8 milhões de euros.
A Parvalorem e a Parups anunciaram hoje também a eleição de novos órgãos sociais para o triénio 2019-2021. A Parvalorem terá como presidente Sofia Brígida Correia dos Santos de Marçal Teixeira Furtado Torres e como vogais Filipe Carlos Mendes de Sousa (executivo) e Susana Cristina Vaz Velho Larisma (não executiva). A Parups elegeu os mesmos três gestores, só que na presidência fica Susana Cristina Vaz Velho Larisma e como vogais não executivos os restantes administradores.
O BPN foi nacionalizado em 2008, tendo sido a primeira nacionalização em Portugal depois de 1975.
Quatro anos depois de ter sido posto sob a gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD), o BPN foi vendido ao Banco BIC Português (que agora se chama EuroBic), entidade de capitais luso-angolanos, por 40 milhões de euros, enquanto outros ativos que pertenciam ao banco (nomeadamente ativos ‘tóxicos’) ficaram em sociedades criadas propositadamente para os absorver (Parvalorem, Parparticipadas e Parups).
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