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Sonae: lucros crescem 6,4% para os 357 milhões de euros

O volume de negócios consolidado ascendeu a 8,4 mil milhões de euros em 2023, aumentando 9,2%, principalmente devido ao crescimento da MC. EBITDA situou-se nos mil milhões.
13 Março 2024, 07h27

O grupo Sonae fechou o ano de 2023 com resultados líquidos atribuóiivel aos acionistas de 357 milhões de euros, mais 6,4% que em 2022 – ano em que este indicador tinha disparado quase 28% face a 2021. O aumento dos custos financeiros e dos impostos, e do investimento na expansão e digitalização dos negócios tiveram impacto direto, apesar de “erem mais do que compensados por ganhos de eficiência e mais-valias realizadas com alienação de ativos”.

O volume de negócios consolidado ascendeu a 8,4 mil milhões de euros em 2023, aumentando 9,2% “principalmente devido ao crescimento da MC, que num exigente contexto competitivo reforçou a sua posição de liderança de mercado, e ao forte investimento na expansão dos negócios”, segundo adianta o frupo em comunicado enviado à CMVM.

O EBITDA ascendeu a cerca de mil milhões de euros, “com a rentabilidade pressionada pelos esforços para absorver parte da pressão inflacionista, sobretudo nos formatos de retalho alimentar.

Investimento consolidado totalizou 665 milhões de euros (M€), aumentando 5% com expansão orgânica dos negócios e aquisições. A divida líquida diminuiu 3% para 526M€, “reforçando a já forte posição financeira do Grupo, sendo que 83% das linhas de crédito de longo prazo já estão indexadas a critérios de sustentabilidade, green ou ESG.

Em termos de negócios, a Soonae destaca a OPA sobre a Musti – entretanto encerrada com sucesso – concretizou a parceria com o Bankinter Consumer Finance no Universo, concluiu a alienação da sua participação na ISRG, por 300M€, e estabeleceu um acordo para a combinação da Druni e Arenal, além de ter investido em oito empresas tecnológicas, passado a deter 100% da Sierra e anunciado a criação da Sparkfood, após um investimento de 110M€ em empresas inovadoras dedicadas ao desenvolvimento de soluções alimentares sustentáveis e saudáveis.

A proposta de dividendo de é 5,639 cêntimos de euro por ação, o que corresponde a um dividend yield de 6,2% e a um payoutratio de 25% do resultado direto consolidado.

Citada pelo comunicado, Cláudia Azevedo, CEO da Sonae, disse que “2023 foi um ano marcante para a Sonae, um ano em que continuámos a crescer e a gerar valor para todos os nossos stakeholders num contexto de grande incerteza e volatilidade. Mantivemo-nos focados em encontrar oportunidades de crescimento, otimizando e fortalecendo o nosso portefólio de forma a estarmos mais preparados para enfrentar o futuro. Em 2023, a melhoria do desempenho operacional dos nossos principais negócios, o nível significativo de investimento, que totalizou 665M€, e o impacto positivo dos movimentos de portefólio, conduziram a um aumento do valor líquido do portefólio (NAV) de 14%, ultrapassando os 4,5 mil milhões de euros. O nível de endividamento historicamente baixo resultou num Loan-to-value da holding de apenas 0,6%, uma posição financeira muito sólida e que permite encarar as nossas aspirações com confiança.”

No retalho alimentar, a MC continuou a cumprir ativamente o seu papel, garantindo aos clientes a qualidade da oferta com soluções acessíveis, tanto nas lojas como no canal online. Adicionalmente, a empresa continuou a implementação do seu plano de expansão da rede de lojas em vários formatos e insígnias, com destaque para a abertura de 21 novas lojas de retalho alimentar, das quais 19 lojas Continente Bom Dia (formato de proximidade). Neste contexto operacional desafiante, a MC conseguiu consolidar a sua posição de liderança no mercado português de retalho alimentar. O volume de negócios

aumentou 10,5% em termos homólogos, para 6,6 mil milhões de euros (LfL de +8,9%), impulsionado quer pelo formato de retalho alimentar, quer pelo segmento de saúde, bem-estar e beleza que apresentou resultados notáveis com um crescimento LfL de dois dígitos.

No retalho de eletrónica, a Worten conseguiu reforçar a sua posição de mercado, tanto em Portugal como nas Canárias, bem como online e offline. O volume de negócios total da Worten atingiu 1,3 mil milhões de euros em 2023, +4,9% face ao ano passado e um LfL de +4,3%. Tanto os segmentos principais (eletrónica e eletrodomésticos), como as novas categorias, alavancadas pelo marketplace, e os serviços adjacentes, continuaram a apresentar um desempenho positivo. O canal online continuou a ser um importante contributo positivo, com as vendas a aumentarem 6% em termos homólogos no ano e a representarem 16% das vendas totais em 2023. Em termos de investimento, a Worten alocou 59M€ essencialmente para avançar no seu programa de transformação digital e abrir 18 novas lojas próprias, das quais 14 lojas iServices.

No setor imobiliário, o sólido desempenho da Sierra em todas as áreas de negócio, conduziu a um Resultado Direto de 63M€ e a um Resultado Líquido de 89M€ (+58M€ em termos homólogos). O desempenho do portefólio europeu de centros comerciais ultrapassou as expectativas, com as vendas dos lojistas a registarem níveis recorde de crescimento LfL de dois dígitos quando comparadas com o ano passado e com o período pré[1]pandemia. O aumento do número de visitantes e as taxas de ocupação elevadas (98%) impulsionaram também os resultados. A área de serviços continuou a apresentar um forte dinamismo, com um crescimento de dois dígitos do volume de negócios. No final de 2023, a exposição da Sierra a ativos sem serem centros comerciais era superior a 20% do total de ativos sob gestão.

Nas tecnologias, a Bright Pixel continuou a explorar oportunidades de expansão do seu portefólio ativo, que já inclui 43 empresas em todo o mundo, através de investimentos em novas empresas e reforço de participações em algumas empresas do seu portefólio. No 4T23, a empresa participou em duas rondas de financiamento, o que, juntamente com seis novas empresas no portefólio (incluindo Seldon, Picnic, Harmonya e Sekoia.io) nos trimestres anteriores e o reforço de participações, conduziu a um investimento de 53M€ no ano.

Nas telecomunicações, a NOS apresentou um forte desempenho operacional e financeiro. Nas contas consolidadas da Sonae, o contributo da NOS pelo método de equivalência patrimonial atingiu 63M€ no ano (face a 61M€ em 2022), devido ao impacto positivo do aumento da participação na NOS, que foi mais do que mitigado pelo efeito da mais-valia da venda de torres registada no ano passado.

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