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Supermercados sentiram maior queda das margens dos últimos cinco anos, diz estudo

Entre 2019 e 2022, as margens dos operadores do comércio a retalho abrandaram 2,5 pontos percentuais, à semelhança do que aconteceu com o EBITDA, em que se registou uma desaceleração de um ponto. O estudo analisou as contas de vários grandes grupos do comércio a retalho a nível europeu, onde se encontram os portugueses Jerónimo Martins e Sonae.
28 Abril 2023, 12h28

As grandes empresas do sector do retalho sofreram no ano passado a maior queda dos últimos cinco anos nas margens de lucro brutas, significando que a rentabilidade está a diminuir. No entanto, as boas notícias do estudo notam que as contas dos retalhistas devem recuperar no segundo semestre deste ano.

De acordo com uma estudo elaborado pela McKinsey e Eurocommerce, entre 2019 e 2022, as margens derraparam 2,5 pontos percentuais (p.p.), passando de 27% para 24,5%. Também a margem do EBITDA (resultado operacional bruto) seguiu a mesma tendência, ao cair um ponto, já que era de 7,3% e ficou-se pelos 6,3%.

Por outro lado, a margem do EBIT (resultado operacional líquido) manteve-se estável nos 3%.

O estudo explica que a faturação do sector caiu 7,1% em três anos, “impulsionada pela queda do consumo em quase todos os segmentos”. A consultora adianta ainda que “quando as margens diminuem, as taxas de juro e os custos de capital aumentam”, o que coloca alguns desafios aos supermercados, nomeadamente na forma de “financiar os investimentos em sustentabilidade e tecnologia para reduzir emissões, aumentar a resiliência e reduzir custos”.

“Apesar dos desafios futuros, os tempos difíceis oferecem oportunidades para aqueles que agem com ousadia. Se os retalhistas oferecerem alternativas mais baratas aos seus clientes e duplicarem a eficiência, isso deixa espaço para investimentos”, sustenta Daniel Läubli, responsável pela investigação de retalhistas da McKinsey.

Por sua vez, a diretora-geral da Eurocommerce, Christel Delberghe, adianta que “proteger os consumidores das pressões inflacionárias e do aumento dos custos energéticos tem sido um grande desafio para os retalhistas e grossistas na Europa, acrescentando pressão às margens já baixas”.

Ora, é mesmo a perda de lucratividade que está a dar origem à criação de marcas próprias (muitas vezes chamadas de marcas brancas).

A análise teve em consideração as contas dos grupos Carrefour, Ahold, Axfood, Casino, Eurocash, ICA, Jerónimo Martins, Kesko, Migros, Sonae, ELO e Dia (Dona do Minipreço), que juntos totalizam 278 mil milhões de euros em receitas.

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