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Trump pondera abrir representação diplomática na Coreia do Norte

O presidente norte-americano prepara nova cimeira com o seu homólogo norte-coreano no Vietname e parece disposto a abrandar as sanções económicas.
21 Fevereiro 2019, 15h47

Autoridades norte-americanas citadas pela CNN e pelo The Wall Street Journal afirmaram que o presidente Donald Trump se prepara para ‘oferecer’ ao líder norte-coreano Kim Jong Un a abertura de uma representação diplomática em Pyongyang, capital do país asiático e permitir que os norte-coreanos façam o mesmo no território norte-americano.

O comunicado final conjunto que foi transmitido após a cimeira dos dois líderes em Singapura, em Junho de 2018, incluía uma garantia de que os dois países “se comprometem a estabelecer novas relações, de acordo com o desejo dos povos de ambos os países para o paz e a prosperidade”.

As mesmas fontes indicaram que o gesto diplomático poderia ser parte do pacote de incentivos que Trump vai oferecer ao líder norte-coreano, com quem se reunirá nos dias 27 e 28 deste mês em Hanoi, capital do Vietname.

Trump parece também estar disposto a aliviar as sanções internacionais impostas à Coreia do Norte, se Pyongyang tomar medidas “significativas” no sentido que está explanado nas conclusões da cimeira anterior.

“Eu não removi as sanções. Adoraria fazê-lo, mas o outro lado tem de fazer algo significativo”, disse o Trump, citado por vários jornais, que sempre argumentou que não afrouxaria o cerco a Pyongyang até que o país asiático concluísse a destruição completamente do seu arsenal nuclear e permitisse a confirmação por observadores independentes.

Durante a cimeira de Singapura, os dois líderes concordaram com a “desnuclearização” da península coreana, mas o processo nunca foi implementado porque Pyongyang e Washington divergem sobre o significado desta terminologia e como realizar o processo – nomeadamente no que tem a ver com a sua verificação. Até agora, a Coreia do Norte tinha insistido em levar avante o processo passo a passo, com medidas recíprocas da parte da administração norte-americana – o que Trump considerou impensável.

Esta semana, o chefe dos militares dos Estados Unidos na península coreana, general Robert Abrams, reconheceu que as capacidades militares de Pyongyang não diminuíram. “É claro que, apesar de uma redução da tensão ao longo da zona desmilitarizada e um cessar das provocações, não houve nenhuma ou quase nenhuma mudança verificável na sua capacidade militar” do país Asiático, disse.

No entanto, Stephen Biegun, enviado especial Trump à Coreia do Norte, tem dito que Kim Jong Un manifestou a sua vontade de fechar e demolir as instalações nucleares de Yongbyon, respondendo ao pedido do chefe de Estado norte-americano para fazer algo de “significativo”. Localizado a 100 quilômetros ao norte da capital norte-coreana, o complexo de Yongbyon, que abriga de cerca de 400 instalações diferentes, é o centro e o símbolo do programa nuclear da Coreia do Norte.

Representantes dos líderes dos dois países estão já em Hanói para finalizarem os detalhes desta segunda cimeira.

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