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UE/Previsões: Bruxelas revê em alta crescimento de Espanha para 3,1% apesar de crise catalã

A Comissão Europeia prevê que a economia espanhola continue a crescer a bom ritmo este ano e que abrande em 2018, ajudando o país sair da situação de défice orçamental excessivo, apesar dos efeitos negativos da crise catalã.
  • Mariano Rajoy
9 Novembro 2017, 10h24

Nas Previsões Económicas de Outono divulgadas hoje em Bruxelas, o executivo comunitário estima um crescimento de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB) espanhol em 2017 e uma desaceleração para 2,5% no próximo ano que vai permitir uma redução do défice público de 3,1% para 2,4%, respetivamente.

“As reações nos mercados aos recentes acontecimentos na Catalunha foram limitadas”, considera a Comissão Europeia, advertindo que, mesmo assim, “existe o risco que desenvolvimentos futuros possam ter um impacto no crescimento, não podendo a sua dimensão ser antecipada neste momento”.

Bruxelas sublinha que a procura interna espanhola continua a ser o “principal fator de crescimento”, ao mesmo tempo que a “forte criação de emprego” apoia o consumo privado e a recuperação do investimento em habitação.

O executivo comunitário aumenta, assim, a previsão de crescimento da economia espanhola para 2017 em relação à estimativa divulgada em maio passado e alinha-a com os 3,1% do Governo espanhol, sendo ainda mais otimista do que Madrid para 2018, quando prevê que a riqueza aumente 2,5%, em vez dos 2,3% de Madrid.

O executivo espanhol diminuiu em outubro o crescimento previsto para o ano que vem de 2,8% para 2,3% devido aos efeitos que a crise política na Catalunha possa ter sobre o conjunto da economia espanhola.

A Comissão Europeia estima uma diminuição do desequilíbrio das contas públicas espanholas de 4,5% do PIB em 2016 para 3,1% no corrente ano e 2,4% em 2018, mesmo que ainda não tenha recebido o Orçamento para o próximo ano.

A crise na Catalunha tem atrasado a aprovação das contas do Estado para 2018, mas Madrid estima uma redução do desequilíbrio de 3,1% no corrente ano para 2,3% no próximo, o que lhe permitirá sair da lista de países da União Europeia considerados em “défice excessivo” (superior a 3% do PIB).

Bruxelas estima que o desemprego vá continuar a baixar, alcançando os 17,4% no corrente ano e 15,6% no próximo, sublinhando que a taxa de 2019 será de cerca de 14,3%, o que significa uma descida de cerca de 12 pontos percentuais desde 2013, ano em que atingiu o valor mais elevado.

Espanha vive há vários meses a maior crise política desde a sua transição da ditadura para a democracia, iniciada em 1977, com o Governo catalão, apoiado no parlamento regional por uma maioria de partidos separatistas, a organizar um referendo em 01 de outubro último que foi considerado ilegal por Madrid.

Desde esse dia, mais de 2.000 empresas transferiram a sua sede social da Catalunha para outros locais do território espanhol, principalmente Madrid.

Nas Previsões de Outono, Bruxelas avança que na zona euro a economia está “no bom caminho para crescer, este ano, ao seu ritmo mais rápido dos últimos 10 anos”, estimando um aumento do PIB de 2,2%, enquanto há seis meses previa 1,7%.

O mesmo acontece para o conjunto dos países da União Europeia, onde as previsões de crescimento eram de 1,9% em maio último e agora são de 2,3%.

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