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Uma estratégia de “mestre”

O Presidente da Câmara Municipal do Funchal, talvez por se achar um “mestre” no exercício de um cargo público, e juntando a isso a visível ambição de guindar-se a lugar de destaque superior àquele que atualmente ocupa, optou pela estratégia de jogar em vários tabuleiros. Isto porque, não vá o diabo tecê-las e perder o “jogo” nalgum deles, nada como fazer vários jogos em simultâneo, assegurando que haverá sempre, para si, um lugar garantido, um tabuleiro onde jogar.
6 Dezembro 2017, 07h15

Alguns grandes jogadores de xadrez conseguem, muitas vezes com êxito, defrontar vários adversários ao mesmo tempo, conseguindo jogar, em simultâneo, em vários tabuleiros.

Mas só mesmo os grandes mestres conseguem esse feito. Porque, para um normal praticante da modalidade, a capacidade necessária para jogar a um nível elevado já se requer superior, mesmo quando se trata de jogar num único tabuleiro.

O Presidente da Câmara Municipal do Funchal, talvez por se achar um “mestre” no exercício de um cargo público, e juntando a isso a visível ambição de guindar-se a lugar de destaque superior àquele que atualmente ocupa, optou pela estratégia de jogar em vários tabuleiros. Isto porque, não vá o diabo tecê-las e perder o “jogo” nalgum deles, nada como fazer vários jogos em simultâneo, assegurando que haverá sempre, para si, um lugar garantido, um tabuleiro onde jogar.

Depois de ter afirmado, durante a campanha que, em caso de vitória, iria exercer o mandato até ao fim, envolve-se agora na disputa em curso pela liderança do PS-Madeira, sem que seja sequer militante. Uma originalidade.

E porque a sua eleição é muito recente e a memória dos funchalenses não será assim tão curta, engendrou (ou fizeram-no por ele) uma estratégia mirabolante de apoiar um candidato que, sendo eleito, lhe “oferecerá” o desejado cargo. Outra originalidade. E assim, não arrisca nada. Se der certo, consegue o objectivo ambicionado. Se falhar, mantém o actual cargo e ainda pode dizer que está a cumprir a sua promessa de completar o mandato.

Os funchalenses têm o direito de saber se vai cumprir a sua palavra ou se vê a Câmara Municipal como um degrau para alcançar outros desígnios, preferindo jogar em simultâneo em vários tabuleiros. Temos Presidente para 4 anos ou, depois vê-se?

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