Uma vacina para a tuberculose com mais de 100 anos está a ser usada na Austrália para ajudar os profissionais de saúde daquele país para combater o coronavírus. A ‘bacilo Calmette-Guerin’ (BCG – sigla original) utilizada para a tuberculose, tem benefícios contra várias doenças, incluindo o cancro, e poderá ser o primeiro passo na direção da cura para o novo coronavírus, segundo a “Bloomberg”.
A BCG, tem sido amplamente utilizada há mais de 100 anos, com uma crescente apreciação pelos seus benefícios fora do objetivo principal que é combater a tuberculose. Além de ser uma imunoterapia comum para o cancro da bexiga em estágio inicial, também parece combater a primeira linha de defesa imunológica do corpo para outras infeções.
Com uma imunização especificamente direcionada contra a doença Covid-19 causadora da pandemia há pelo menos um ano, a Organização Mundial da Saúde diz que é importante saber se a vacina BCG pode combater a doença nas pessoas infetadas pelo coronavírus e já está a incentivar grupos internacionais a colaborar com o estudo organizado por Nigel Curtis, líder na pesquisa de doenças infeciosas, no Murdoch Children’s Research Institute, em Melbourne.
Segundo Nigel Curtis, “esta [a vacina] pode impulsionar o sistema imunológico para se defender melhor contra uma variedade de infeções diferentes, uma variedade de vírus e bactérias diferentes de uma maneira muito mais generalizada”.
A equipa médica que se ofereceu para participar no teste de seis meses na Austrália, envolve quatro mil profissionais de saúde. A vacina vai começar a ser alocada aleatoriamente para ser aplicada a partir desta segunda-feira, dia 30 de março, contra a gripe sazonal e a tuberculose, ou apenas a vacina contra a gripe.
Uma vacina placebo não funcionará como controlo nesse caso, porque a vacina BCG geralmente causa uma reação cutânea localizada que deixa uma cicatriz, tornando óbvio qual grupo recebeu a vacina contra a tuberculose.
Embora a vacina de baixo custo, usada para imunizar cerca de 130 milhões de recém-nascidos em todo o mundo a cada ano, possa oferecer proteção a um grupo maior de pessoas, a prioridade para já são os profissionais de saúde que correm maior risco de serem infetados com o novo coronavírus enquanto cuidam de pacientes infetados.
“Precisamos pensar em todas as formas possíveis de proteger os profissionais de saúde”, disse Curtis. “Haverá uma necessidade específica de reduzir a quantidade de tempo que nossos profissionais de saúde estão ausentes”, acrescentou.
As amostras de sangue recolhidas no início e no final do estudo determinarão quem foi infetado pelo coronavírus, enquanto os participantes registarão quaisquer sintomas durante o período do estudo. O comité de monitorização dos dados do estudo analisará os resultados ao fim de três meses para procurar sinais de que a abordagem está a funcionar.
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