O PS venceu as legislativas com quase nove pontos de vantagem em relação ao PSD, ficou a apenas dez deputados da maioria absoluta (quando ainda falta apurar os quatro mandatos dos círculos da emigração), dependente de apenas um dos pilares da anterior “geringonça” e com um maior número de possíveis parceiros na Assembleia da República, mas nem assim a vitória deixa de poder ser encarada como “poucochinha” por AntónioCosta, que não só ficou aquém da maioria absoluta que parecia estar ao alcance como à segunda tentativa não conseguiu juntar-se a MárioSoares, António Guterres e José Sócrates entre os líderes socialistas que foram primeiros-ministros após merecerem mais de dois milhões de votos.
Mas claro que muito piores foram as notícias para Rui Rio, que só não obteve o pior resultado em percentagem e número de votos da história do PSD – ficando abaixo dos 28.77% e 1.653.425 votos que ditaram a derrota de PedroSantana Lopes em 2005 – porque Francisco Sá Carneiro teve menos 90 mil votos nas distantes legislativas de 1976. Apesar de o líder social-democrata ter garantido aos apoiantes não haver “desastre nenhum”, garantindo a manutenção do peso do partido graças a um exercício contabilístico em que atribuiu ao CDS-PP praticamente todas as perdas sofridas em comparação ao resultado da coligação Portugal à Frente em 2015, os opositores internos não perderam tempo a fazerem-se ouvir, e Rio tem mantido ruidoso silêncio quanto aos próximos passos. A seu favor só a superação das sondagens que há apenas um mês chegaram a atribuir-lhe metade das intenções de voto do PS.
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