Em Portugal, 48% dos inquiridos não sabe qual o impacto que o Regulamento Geral de Proteção de Dados da União Europeia (RGPD) tem nos seus negócios e 62% afirmaram ainda não saber qual o custo total da implementação das novas normas para a sua empresa, mostram os resultados do “European Payment Report 2018”, relatório anual da Intrum que analisa o comportamento de pagamentos das empresas e do Estado.
As empresas europeias, por seu turno, mostram que não estão preocupadas em determinar qual o impacto e o custo total que a implementação do RGPD terá nas suas rotinas de pagamento, sendo que 27% das empresas europeias inquiridas dizem haver custos envolvidos e estimam que rondem os 50 mil euros.
O Relatório da Intrum, que inquiriu um total de 9 607 empresas, de 29 países europeus, entre 24 de janeiro e 23 de março de 2018, demonstra que o RGPD para 45% dos inquiridos não terá qualquer impacto nas rotinas de pagamento das empresas portuguesas, uma percentagem superior à média europeia, onde 39% tem idêntica opinião. O estudo acrescenta ainda que a implementação do RGPD custará cerca de 194 mil milhões de euros às empresas.
Em termos geográficos, a Região Central da Europa é a que regista a maior percentagem de respostas no sentido de considerarem que o RGPD vai ter um maior impacto nas rotinas de pagamento com 16% de empresas a mostrar essa preocupação. A percentagem mais elevada em relação a toda a Europa, que conta com uma média de 14%. Com o novo regulamento já em vigor, apenas 8% das empresas europeias veem um efeito positivo na sua implementação.
Diante dos resultados, Luís Salvaterra, diretor-geral da Intrum Portugal realça que o RGPD “é uma mudança importante na regulamentação de privacidade de dados e foi projetado para harmonizar as leis de privacidade de dados em toda a Europa. Penso que o novo Regulamento traz sobretudo mais transparência e mais formalismo”. em seu entender, nos primeiros tempos “pode existir um pequeno impacto, um natural período de adaptação para todos, mas pensamos que a médio longo prazo o impacto será reduzido. Contudo, é fundamental que as empresas portuguesas estejam preparadas para esta nova realidade”.
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