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“Não é uma reforma, é um corte nos impostos”: o que Warren Buffet diz dos planos de Trump

O segundo homem mais rico do mundo considera que se o presidente dos EUA não conseguir que as mudanças sejam aprovadas, terá de repensar a sua atuação.
7 Outubro 2017, 10h00

Apesar das críticas que tem recebido, o plano de reformas nos impostos nos Estados Unidos, apresentado por Donald Trump, tem bastantes hipóteses de passar no Congresso. Segundo o CEO da Berkshire Hathaway e segundo homem mais rico do mundo, Warren Buffett, se o presidente dos EUA não conseguir que as mudanças sejam aprovadas, terá de repensar a sua atuação.

Chamar à proposta de Trump uma “reforma” é, segundo Buffett, enganoso. O multi-milionário, que tem sido um defensor de mudanças no sistema de impostos nos EUA, afirmou em entrevista ao canal CNBC, que esta não é uma reforma, mas sim um “corte nos impostos” dos mais ricos.

O “Plano unificado para corrigir o nosso falido código fiscal”, apresentado por Trump, contempla uma redução do IRC pago pelas empresas que passará para 20%, dos anteriores 35%. Para as famílias, a reforma pretende diminuir o número de escalões de IRS, de sete para três: 12%, 25% e 35%.

Do plano apresentado por Trump fazem ainda parte o aumento das deduções fiscais para as famílias com filhos e a criação de uma nova dedução para os adultos dependentes, como pessoas idosas ou doentes.

Sobre a possibilidade de ser aprovado, Buffet disse que tem mais probabilidades que a maioria das pessoas pensa. “Se pensarmos nos três grandes tópicos, este é o único que resta este ano e penso que os Republicanos, que controlam tanto o Parlamento como o Congresso e a presidência, não vão querer ter uma paralisação no primeiro ano”, afirmou.

“Penso que conseguem passar. Não é uma reforma nos impostos, é um corte nos impostos”, acrescentou. “Qualquer político que não consiga aprovar uma descida nos impostos está provavelmente na linha errada de negócio”.

No entanto, o plano de Trump já recebeu críticas dos Republicanos. Depois do entusiasmo inicial com o anúncio da maior reforma fiscal nos EUA desde 1980, o senador republicano Bob Corker mostrou que pode não ser assim tão fácil Trump conseguir concretizar a promessa.

“Só me parece é que estamos a adicionar mais moedas ao défice, não vou concordar”, disse o senador do Tennessee, durante uma entrevista ao canal NBC. “Peço desculpa, mas é a maior ameaça para a nossa nação. A maior ameaça para a nossa nação”.

Da mesma forma, a proposta foi alvo de críticas pelo senador republicano Rand Paul, que tweetou: “Isto é um plano fiscal do GOP? Provavelmente 30% da classe média recebe um aumento dos impostos de 30%? Espero que os detalhes finais sejam melhores que isto”.

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