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Mais de 2 milhões de portugueses estão dependentes de alguém

Assinala-se este domingo, 5 de novembro, o Dia do Cuidador, alguém cujo estatuto ainda não está esclarecido, mas que faz toda a diferença na vida quer do idoso quer da criança.
5 Novembro 2017, 09h00

Mais de dois milhões de portugueses são dependentes de alguém e requerem continuidade de cuidados. “Em Portugal, o número de pessoas dependentes é superior a dois milhões, todas elas requerem ajuda de um cuidador, cuja dedicação e cuidado normalmente começa por ser prestado por um familiar e que socialmente, é uma função raramente reconhecida”, salienta Maria João Quintela, vice-Presidente da Sociedade Portuguesa de Geriatria e Gerontologia e Presidente da Associação Portuguesa de Psicogerontologia.

Depois de lembrar que a esperança de vida tem aumentado em Portugal, o que tem como consequência um aumento exponencial de população idosa, Maria João Quintela alerta: Mais cedo ou mais tarde todos nos tornaremos cuidadores, e um dia necessitaremos de quem cuide de nós.

O que é um cuidador? A questão é interessante e não tem ainda uma definição cabal, uma vez que o cuidador ainda não tem um estatuto esclarecido. Cuidador não é apenas aquele que cuida do idoso, mas também o que cuida de uma criança, ou de qualquer outro indivíduo independentemente da idade.

A 5 de novembro, dia em que se reconhece o trabalho do cuidador, a Sociedade Portuguesa de Geriatria e Gerontologia e a marca Lindor Ausonia alertam para a necessidade de valorizar a função de cuidador, a qual, segundo a entidade responsável, está em mais de 90% dos casos atribuída a indivíduos do sexo feminino.

Estas duas instituições explicam que neste dia o que se pretende é alertar para a importância dos cuidadores, em sentido plural, que devem ser identificados desde logo nas suas profissões, como sejam os médicos, os enfermeiros, os técnicos de serviço social, mas também, os familiares, que apoiam os seus ascendentes e descendentes mais próximos, no sentido de lhes proporcionarem qualidade de vida. No caso particular da 3ª idade, o objetivo é que sejam providenciadas condições para que estes tenham, acima de tudo, cuidados de excelência e de envelhecimento ativo, que lhes permitam ser integrados de forma transversal na sociedade.

Além do cuidado com os doentes, acrescentam a Sociedade Portuguesa de Geriatria e Gerontologia e a marca Lindor Ausonia, também é fundamental acautelar o desgaste e a ansiedade dos cuidadores. A maioria não é educado para lidar com as situações com as quais vão ter de lidar, o que faz com que não estejam capacitados para o desempenho da função. Os cuidadores também têm que se cuidar para que possam aguentar a carga emocional e física com a qual têm que lidar.

“São estes cuidadores, muitas vezes familiares, que dão início aos cuidados e que dia após dia, vão adquirindo competências e conhecimentos que resultam da sua experiência, apesar de não beneficiarem do estatuto de profissionais”, vincam as duas instituições, em comunicado conjunto.

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