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Eurodeputada do PSD pede ação concertada da UE para minimizar impactos do coronavírus no turismo

A eurodeputada eleita pelo PSD Claúdia Monteiro de Aguiar alerta que o turismo é um dos setores mais afetados pelo novo coronavírus (Covid-19) e diz que é urgente apoiar o setor face às perdas registadas. 
  • Cristina Bernardo
9 Março 2020, 07h20

A eurodeputada eleita pelo PSD Claúdia Monteiro de Aguiar enviou uma carta à Comissão Europeia onde apela a uma ação concertada a nível europeu para minimizar o impacto do coronavírus Covid-19 no turismo. Claúdia Monteiro de Aguiar alerta que o turismo é um dos setores mais afetados pelo coronavírus e diz que é urgente apoiar o setor tendo em conta as perdas registadas.

“A União Europeia [UE] deve também avaliar os efeitos negativos desta emergência mundial de saúde na economia europeia, prestando especial atenção ao setor das viagens e do turismo”, recomenda Claúdia Monteiro de Aguiar, na missiva enviada ao comissário europeu para o Mercado Interno, responsável pelo setor do Turismo, Thierry Breton, e à comissária para os Transportes, Adina-Ioana Vălean, a que o Jornal Económico teve acesso.

Na carta, assinada por Claúdia Monteiro de Aguiar e por outros dois eurodeputados – um do S&D (o húngaro István Ujhelyi) e outro do Renovar a Europa (o espanhol José Ramón Bauzà) – os três eurodeputados indicam que “o surto de coronavírus mostra a necessidade de um mecanismo global de resposta a emergências para conter difusão do vírus e fortalecer a cooperação” na UE. “Como todos os vírus, o Covid-19 mostrou a sua capacidade de atravessar fronteiras e continentes”, dizem.

Para Cláudia Monteiro de Aguiar “o bem-estar das pessoas e a contenção do vírus é a nossa principal preocupação, contudo devemos estar preocupados também com os efeitos económicos e o impacto que já se faz sentir nas empresas”. “O impacto na Indústria de Viagens, Transportes e Turismo na Europa já é claramente notório, com perdas mensais estimadas em mil milhões de euros, com tendência a agravar-se”, explica a eurodeputada.

“A resposta da União deve ser concertada e de forma célere com os Estados Membros. É urgente por isso um plano de ação para apoiar e preparar o sector face às perdas registadas pelo cancelamento das viagens de e para China bem como de viagens entre Países da União Europeia”, indica.

Na carta enviada à Comissão Europeia, os eurodeputados elencam alguns exemplos de operadores turísticos que registaram perdas com o impacto do coronavírus, nomeadamente “companhias aéreas como a Lufthansa, que fizeram parar aviões perante a queda no tráfego aéreo, o cancelamento de mais de mil voos da TAP, a falência da low cost britânica Flybe, cancelamento da maior feira internacional de Turismo em Berlim, e também o adiamento da BTL em Portugal”.

Os eurodeputados citam ainda uma estimativa da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) que dá conta de que a economia mundial pode crescer ao ritmo mais lento desde a crise financeira global em 2009, devido ao surto de coronavírus. No setor do turismo, a nível europeu, o impacto pode ser de mil milhões de euros em receita perdida.

Numa pergunta escrita aos serviços da Comissão Europeia, os três eurodeputados querem saber ainda o que está a ser feito para minimizar os efeitos num dos sectores mais afetados após a declaração de emergência de saúde pública de internacional face ao novo vírus.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, apresentou na semana passada um plano de contingência, que assegura, entre outras coisas, uma coordenação entre os Estados-Membros na contenção do vírus e o apoio financeiro para diagnóstico, terapêutica e prevenção do surto.

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