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António Simões sai do banco britânico HSBC depois de quebra nos lucros de 53%

O gestor português que liderava a banca privada chegou a ser apontado à liderança do HSBC, mas acabou por sair no âmbito da reestruturação que provocou o despedimento de 35 mil pessoas.
20 Fevereiro 2020, 12h27

O gestor português António Simões, que liderava o segmento de banca privada mundial do HSBC, foi um dos profissionais que saiu do banco britânico no âmbito da reestruturação radical no banco, avançou o jornal “Financial Times” (FT).

Segundo a publicação britânica, a saída de António Simões é considerada como a “baixa” de maior importância no processo de reestruturação que visa despedir 35 mil pessoas depois de uma quebra de 53% de lucros em 2019.

Em 2015, chegou à presidência executiva do HSBC na Europa e do negócio do Reino Unido, tendo sido promovido em 2018 a líder mundial da banca privada, serviços de banca especializada a clientes com maiores rendimentos, do HSBC. Simões chegou ainda a disputar o cargo à liderança do banco comercial no passado, mas essa posição foi preenchida permanentemente por Barry O’Byrne, que ocupava o cargo de forma interina desde agosto do ano passado.

Em 2013, o banqueiro português liderou um ranking do “Financial Times” que distinguia os 50 líderes homossexuais de negócios e empresas que se assumiram publicamente e se afirmaram como modelos.

“É um líder executivo, que assume a sua sexualidade no mundo das finanças, tem impulsionado a agenda da diversidade no HSBC, desafiado estereótipos, e ganhou o prémio do líder do ano nos European Diversity Awards”, explicou Suki Sandhu, fundador da rede de executivos LGBT (lésbica, gay, bissexual e transgénero) OUTstanding in Business, que seleccionou o top 50 destes líderes publicado no FT.

De acordo com FT, o executivo-chefe interino, Noel Quinn, confirmou que os planos de cortar 4,5 mil milhões de dólares (4,1 mil milhões de euros) em custos nas unidades que mostram pior desempenho, nos Estados Unidos e na Europa, traduzem-se numa redução de cerca de 15% da força de trabalho global do grupo.

Face a esta ação de restruturação, o HSBC torna-se assim num credor comercial e de retalho, mais pequeno e com maior foco sobre a Ásia. O banco de investimento vai diminuir as operações significativamente e os recursos na Europa e nos EUA serão transferidos para a Ásia, adianta ainda o FT.

O objetivo do banco britânico é reduzir os postos de trabalho para os 200 mil a nível mundial até 2023.  “Esperamos que o nosso número de funcionários diminua do nível atual de 235 mil para mais perto de 200 mil em 2022”, cita o jornal britânico as declarações de Quinn. “Isto representa um dos programas de reestruturação e simplificação mais profundos da nossa história”.

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