[weglot_switcher]

Banco BFF vai comprar 300 milhões de dívidas dos hospitais públicos

O investimento total na abertura da sucursal foi de 1,5 milhões de euros.
14 Novembro 2018, 07h15

O BFF Banking Group – banco líder no fornecimento de serviços financeiros a operadores europeus na área dos Serviços de Saúde e Administração Pública – abriu oficialmente a sua primeira sucursal em Portugal a outubro de 2018 e já tem contratos de compra de dívida dos hospitais públicos a privados no valor de 300 milhões de euros, revelou ao Jornal Económico o Country Manager do BFF Banking Group para Portugal, Nuno Francisco.

Portugal é o país ideal para a atividade desenvolvida pelo BFF Banking Group, que é líder na compra de dívida dos Serviços de Saúde e Administração Pública aos privados, pois só o prazo médio de pagamento dos hospitais públicos ronda os 260 a 270 dias. O que compara com Espanha onde o prazo médio de pagamento ronda os 70 dias.

Quem são as empresas privadas que vendem a dívida ao BFF? São as farmacêuticas, as empresas de equipamentos médicos e de consumíveis.

O trabalho com clientes portugueses teve inicio em 2014, ainda antes da abertura da sucursal em outubro. Desde 2014 o BFF adquiriu mais de 300 milhões de euros de créditos sobre entidades da Administração Pública. Mas este ano compra mais 300 milhões de créditos adquiridos.

O investimento total na abertura da sucursal foi de 1,5 milhões de euros. O que inclui a equipa de pessoal que neste momento é de cinco pessoas, mas já estão em fase de recrutamento de mais quatro pessoas, disse ao Jornal Económico Nuno Francisco.

“Prevemos resultados líquidos este ano de perto de um milhão de euros só em Portugal”, adianta o responsável pela sucursal em Portugal.

“A sucursal em Portugal, irá fornecer aos clientes do Grupo soluções ainda mais eficientes para a gestão de créditos sobre o setor público em território nacional, graças à vasta experiência do Grupo na relação com Fornecedores da Administração Pública e também ao seu profundo conhecimento do mercado português”, diz o banco que no fundo desenvolve uma atividade financeira de fatoring.

Em Portugal o BFF não tem concorrência na aquisição de carteiras de crédito sobre entidades públicas (SNS, Hospitais, ARS, unidades da administração local), pois os bancos não estão autorizados a comprar dívida vencida a entidades públicas. O Banco de Portugal impõe um limite à dívida de entidades públicas no balanço dos bancos.

A excepção é o Santander Totta que dada a dimensão da sua casa-mãe pode comprar esses créditos que depois entrega a empresas externas (servicer) para fazer a gestão dessas faturas.

O universo de dívidas do setor da saúde a privados é de 5,8 mil milhões de euros. É este o mercado alvo do BFF em Portugal. Só a dívida dos hospitais é de 1,7 a 1,8 mil milhões. O Estado anunciou uma injeção extraordinária de 500 milhões até ao fim do ano no Serviço Nacional de Saúde, dos quais já concretizou 100 milhões. Mas essa verba apenas dá para pagar as dívidas acumuladas até outubro de 2017, e a dívida dos hospitais públicos cresce 100 milhões em cada mês.

O BFF em Portugal prepara-se ainda para entrar numa nova área de negócio: os municípios, “onde os prazos de pagamento são melhores do que na saúde”, diz Nuno Francisco.

O projeto deste Grupo para Portugal passa por oferecer perspetivas de capitalização dos fornecedores da Administração Publica através de serviços de Factoring. O BFF compra das dívidas com desconto e depois negoceia em bloco com os hospitais públicos.

“É um projeto em expansão, mas amplamente concentrado na área de factoring para a Saúde, o BFF Banking Group trabalha em exclusivo com créditos comerciais sobre as Administrações Públicas Europeias”, explica a instituição.

O BFF Banking Group, é um grupo de matriz italiana (Banca Farmafactoring) que já está em oito países e com atividade há mais de 30 anos. Possui uma experiência consolidada na aquisição de créditos a receber sobre a Administração Pública e o Sistema Nacional de Saúde.

O BFF Banking Group é cotado no Mercado de Milão.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.