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Bankinter recebe autorização do BCE para pôr a seguradora Línea Directa em bolsa

O Bankinter recebeu autorização do Banco Central Europeu para distribuir a totalidade do prémio de emissão em espécie (no valor de 1.184 milhões de euros) aos seus acionistas mediante a entrega de ações da Línea Directa, como passo prévio à entrada da seguradora na bolsa de Madrid.
23 Março 2021, 11h23

O regulador europeu autorizou a distribuição do prémio de emissão entre os acionistas do banco (no montante de 1.184 milhões de euros) mediante entrega de 82,6% do capital social da seguradora, e sua posterior entrada na bolsa de Madrid.

Após a autorização do BCE, entretanto recebida, restam duas condições para a concretização da admissão à cotação em bolsa. Por um lado, a não oposição da Direção-Geral de Seguros à modificação das participações significativas na Línea Directa e a aprovação e registo pela CNMV do folheto correspondente à admissão à cotação das ações da seguradora, prevista para meados de abril. Se o calendário for cumprido, a listagem efetiva da LDA deverá ocorrer até o final de abril.

A Línea Directa começará a ser negociada a um preço teórico de 1,318 euros por ação, resultante da divisão do valor de avaliação da companhia (1.434 milhões de euros) pelo número de ações, realizada por uma entidade independente.

O valor de mercado da seguradora foi fixado em 1.434 milhões de euros com base numa avaliação realizada por peritos independentes. De acordo com esta avaliação, a distribuição do prémio de emissão (1.184 milhões de euros) pressupõe a entrega aos acionistas de 82,6% do capital social da empresa, ficando os restantes 17,4% nas mãos do Bankinter como participação financeira com um valor estimado, de acordo com o mesmo cálculo, de 249,7 milhões de euros.

As ações serão distribuídas à razão de uma ação da seguradora por cada ação do Bankinter, o que significará a distribuição de um número de ações equivalente ao atual número de ações do banco: 898.866.154, correspondentes a 82,6% do capital. Isso significa fixar 100% das ações da seguradora em 1.088.416.840. Dado que a Línea Directa conta atualmente com 2,4 milhões de ações, será necessário efetuar um Split para ajustar este número à nova quantidade de títulos.

O valor de referência que a Línea Directa terá antes da admissão à cotação será de 1,318 euros por ação, que resulta da divisão do valor de avaliação da companhia (1.434 milhões de euros), realizada por uma entidade independente, pelo número de ações da companhia.

Ao longo do mês de abril e com carácter prévio à admissão à cotação, a Línea Directa pagará ao Bankinter um dividendo de 120 milhões de euros, superando o seu rácio de solvabilidade em 210%, valor acima do das suas congéneres europeias. Considerando um valor razoável, será gerada uma mais-valia de aproximadamente 1.000 milhões de euros para o banco, a qual será integralmente retida como capital próprio.

Estima-se que a operação melhore o rácio de solvabilidade consolidado CET1 em aproximadamente 8 pontos base.

A operação, aprovada na última Assembleia Geral de Acionistas e inicialmente prevista para o segundo semestre de 2020, teve de ser adiada em linha com as recomendações gerais de prudência e conservação de capital do BCE perante a alteração do cenário macroeconómico provocada pela pandemia de coronavírus, refere o Bankinter.

“Com esta operação, o Bankinter pretende valorizar uma empresa com uma trajetória de 25 anos, com mais de 3 milhões de clientes, que é líder em Espanha em seguros diretos, com um modelo de negócio altamente rentável e com um crescimento que supera o do restante mercado de forma recorrente”, diz o banco espanhol que em Portugal tem uma sucursal.

Da mesma forma, a operação permite separar o negócio de seguros diretos do negócio puramente bancário, permitindo a cada uma das empresas o desenvolvimento das suas estratégias de forma independente e assegurando que cada uma possa operar nos respetivos ambientes regulatórios com uma estrutura de capital e uma política de dividendos adequadas às suas necessidades.

“O Bankinter considera que esta é uma excelente operação, tanto para a Línea Directa como para o banco e os seus acionistas, a quem será devolvido o esforço realizado em 1994 e em 2009 no aumento de capital para compra ao Royal Bank of Scotland dos 50% que o Banco não controlava da seguradora, por um montante de 426 milhões de euros”, adianta a instituição.

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