O primeiro-ministro israelita encontra-se hoje com o presidente francês, Emmanuel Macron, em Paris – naquela que será a primeira viagem à Europa depois da decisão de Donald Trump de assumir Jerusalém como capital do Estado de Israel. Macron foi dos primeiros dirigentes mundiais a discordar do presidente norte-americano, pelo que o encontro entre os dois será de alguma tensão.
À partida para Paris, Benjamin Netanyahu queixou-se disso mesmo: afirmou que a posição da Europa sobre a matéria é importante, mas disse que não estava preparado para aceitar a dualidade de critérios que, no seu entender, daí resulta. O líder israelita afirmou não compreender porque é que a Europa não foi rápida a condenar os ataques de que o território foi alvo na sequência da decisão de Trump. Citado por várias agências internacionais, Netanyahu disse, mesmo assim, que o encontro com Macron poderia ser importante.
Emmanuel Macron regressa assim ao dossiê da guerra na Palestina – onde a presidência francesa (nomeadamente com o seu antecessor, François Hollande) tem tentado marcar pontos na agenda internacional. Mas a estratégia tem sido difícil: recorde-se que Hollande chegou a tentar agendar uma cimeira internacional para discutir a matéria, cimeira essa que foi claramente boicotada por Israel, pouco interessada em ver o assunto tratado fora das quatro paredes em que se costuma fechar para discutir a matéria apenas com os países que lideram o processo de paz.
Segundo as agências internacionais, a visita de Benjamin Netanyahu poderia servir para que Paris fosse palco de várias manifestações contra a tomada de posição de Donald Trump – que tem sido recusada por praticamente todas as geografias, a começar pelo Vaticano.
A tensão entre Telavive e o resto do mundo dá-se numa altura em que Benjamin Netanyahu está a sofrer duras críticas internas, ao ser acusado de interferir em negócios privados e em aceitar subornos para o fazer. Ontem mesmo, uma manifestação em Telavive pedia a imediata resignação do primeiro-ministro e uma investigação aprofundada sobre a matéria.
Entretanto, a Liga Árabe continua reunida de emergência no Egipto, para debater a questão de Jerusalém.
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