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BNP dá potencial de valorização ao BCP a que chama “casa feita de pedra”

O BNP Paribas reiniciou a cobertura do BCP e deu-lhe nota positiva, ao atribuir à ação um preço-alvo de 15 cêntimos, o que traduz um ganho potencial de 46% face à cotação desta quarta-feira. O BNP acaba a nota de research referindo que o BCP tem um registo “sólido” de redução de custos de forma progressiva e antecipamos que “a gestão siga esta tendência na era do pós-Covid, especialmente no recente activo polaco adquirido”, que é o Eurobank.
  • João Relvas/Lusa
28 Maio 2020, 19h05

O banco de investimento francês iniciou a cobertura das ações do BCP e refere-se ao banco liderado por Miguel Maya como uma “casa feita de pedra” ao mesmo tempo que vê um potencial de valorização de 46% face ao fecho de cotação de quarta-feira.

“Iniciámos no BCP do banco português com uma classificação Outperform e um preço-alvo de 15 cêntimos, o que traduz uma subida de cerca de 50%”, diz o BNP que acrescenta que “vemos os seus pontos fortes (PPP – Pré-Provision Profits, ou Resultados Antes de Imparidades e Provisões; e o Capital) a superarem as suas vulnerabilidades, ou seja a superarem os NPEs e o risco de litígios na Polónia”, diz o banco de investimento.

“As ações são negociadas com um atrativo desconto de 40% face aos outros bancos ibéricos”, diz o Exane BNP Paribas.

Líder no retalho em Portugal e Moçambique, o BCP possui cerca de 20% da quota de mercado em Portugal, 25% de quota de mercado, dos depósitos, em Moçambique e, em 2019, reforçou sua presença na Polónia com a aquisição do Eurobank, realça o BNP.

Três linhas de defesa para a era pós-COVID: PPP, capital e liquidez
O BNP Paribas explica que o BCP está confortável para absorver perdas para crédito, argumentando que a relação dos resultados antes das provisões (PPP) com a carteira de crédito demonstra que o banco liderado por Miguel Maya é “capaz de absorver cerca de 7,5% do malparado”. Para o departamento de research do BNP Paribas, o banco português encontra-se, nesta medida, “em melhor posição do que quase todo o setor europeu”.

Além disso, o BNP Paribas diz que o BCP já não sofre das fragilidades que afetavam o seu desempenho em 2009 porque o rácio de transformação melhorou desde então. “Os investidores podem recordar-se de que o capital e a liquidez eram pontos fracos em 2009. Mas já não o são mais: rácio de depósitos sobre os créditos estão em 90% e são bem diversificados, enquanto estimamos o buffer de capital 670 pontos base da carteira de crédito.

No entanto, o BCP padece de certas vicissitudes, como a exposição do banco a NPE e as hipotecas concedidas em francos suíços no mercado polaco. Para o BNP Paribas estes dois aspectos pressionam a conta de resultados. “Apesar dos esforços hercúleos do banco em reduzir a exposição a NPE, o BCP ainda tem desafios: projetamos que o custo do risco cresça para 115 a 120 pontos base nos próximos três anos, um valor superior ao guidance do banco. Também fizemos um teste de stress às hipotecas em francos suíços e somámos 350 milhões de euros às nossas estimativas para cobrir contingências”.

O BNP Paribas acaba a nota de research referindo que o BCP tem um registo “sólido” de redução de custos de forma progressiva e antecipamos que “a gestão siga esta tendência na era do pós-Covid, especialmente no recente activo polaco adquirido”, que é o Eurobank.

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