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Bolsa de Lisboa acelera para máximos de novembro na primeira sessão de 2018

Ao contrário da maioria dos índices europeus que foram castigados pelo euro forte, o PSI 20 arrancou o ano com ganhos. Oito títulos ganharam mais de 2%, permitindo ao índice fechar em máximos de dois meses.
2 Janeiro 2018, 17h24

Após uma valorização de 15% em 2017, a Bolsa de Lisboa entrou de rompante neste ano, registando uma subida de 1,51% para fechar nos 5,469.60 pontos, um nível tocado pela última vez a 2 de novembro.

Nos mercados acionistas no resto da Europa o quadro da primeira sessão do ano foi menos positivo, com os índices castigados pela valorização do euro, que aprecia 0,33% para 1,2047 dólares. O francês CAC 40 caiu 0,45% e o DAX alemão 0,26%.

“A valorização da divisa europeia penalizou as principais empresas exportadoras, enquanto que a subida das yields proporcionou uma overperformance do sector bancário”, explicaram os analistas do BPI. “Os fabricantes de automóveis, como a BMW e a Volkswagen, foram adicionalmente penalizados por um nível de registos de automóveis inferior ao esperado”.

Em Lisboa, o BCP ganhou 2,94% para 0,28 euros, tendo tocado em máximos intraday de julho de 2016.  Gualter Pacheco, trader do Banco Carregosa no Porto, recordou que o banco liderado por Nuno Amado disparou quase 50% em 2017 e já tinha fechado as últimas duas sessões desse ano a subir.

Os títulos com o ganho em termos percentuais foram os da Corticeira, com um disparo de 5,24% a ajudar a recuperar de quatro sessões consecutivos de descidas, enquanto os CTT subiram 3,68%.

A Pharol também esteve em foco, com uma valorização de 4% para 0,26 euros.  A telecom brasileira Oi, na qual a Pharol é a maior acionistas, comunicou ao mercado a 30 de dezembro que o acionista Bratel, dono de 22,24% do capital social da empresa de telecomunicações, pediu a convocação de uma assembleia geral, no prazo de oito dias a contar de 28 de dezembro, para deliberar sobre temas que trarão impacto sobre o plano de recuperação judicial da operadora de telefonia e das suas subsidiárias. A Bratel, com sede no Luxemburgo, é uma subsidiária da Pharol.

As ações da Navigator avançaram 2,68% para 4,366 euros.  A fábrica de ‘pellets’ nos Estados Unidos que o empresário Pedro Queiroz Pereira decidiu vender ao grupo norte-americano Enviva foi avaliada por 109 milhões de euros no final do ano.  A informação consta do relatório e contas anual referente ao exercício de 2016.

No mercado petrolífero, os preços passaram para o ‘vermelho’ durante a tarde, após uma manhã de subidas ligadas às manifestações no Irão que já resultaram na morte de pelo menos 20 pessoas. A cotação do barril de Brent perde 0,79% para 66,34 dólares, enquanto a do crude WTI recua 0,38% para 60,19 dólares.

As yields das dividas soberanas europeias no mercado soberano subiram, no início de um ano no qual o Banco Central Europeu vai reduzir, e até eventualmente terminar, o programa de compra de ativos. A taxa das Obrigações do Tesouro portuguesas a 10 anos ultrapassou a barreira dos 2% pela primeira vez desde 14 de novembro.

“Enquanto o corte nas compras do BCE não constitui surpresa, há alguma incerteza sobre como os mercados irão se ajustar a isso num mês que é especialmente pesado em termos de oferta [de dívida]”, explica Rainer Guntermann, estrategista de taxas no Commerzbank, à Reuters.

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