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Bolsa de Lisboa em alta depois da subida do rating da S&P

A generalidade das praças europeias registou uma sessão de ganhos. O disparo superior a 7% das ações do Commerzbank e de 4,2% do Deutsche Bank após a confirmação de que iniciaram conversações para uma potencial fusão animaram o setor da Banca. Por cá a NOS liderou o PSI 20. Os juros soberanos portugueses estão em mínimo históricos.
18 Março 2019, 17h27

O início de semana foi positivo para o mercado bolsista nacional.

O PSI 20 fechou a sessão a subir 0,89% para 5.283,6 pontos. Os investidores reagiram ao anúncio de 6ª feira por parte da agência de rating Standard & Poor’s que decidiu subir o “rating” de Portugal em um nível para “BBB”, com um Outlook «estável». Consequentemente, os juros portugueses a 10 anos atingiram hoje o valor mais baixo de sempre (1,249%).

No mercado de ações, os títulos da NOS lideraram as subidas no PSI (+2,26% para 5,645 euros). Logo seguida pela Corticeira Amorim (+1,88% para 10,840 euros); pela Galp (+1,78% para 14,565 euros); pela Sonae (+1,27% para 0,958 euros); e pelo BCP (+1,40% para  0,2318  euros). O banco acompanhou a tendência do setor na Europa.

No que toca à Galp, a subida surge depois se se saber que a petrolífera portuguesa tem aprovação do Acordo de Individualização da Produção na Bacia de Santos no Brasil. Isto é, o regulador brasileiro aprovou uma alteração que vai ditar a redução da participação da Galp e da Shell no campo Lula.

Através de comunicado à CMVM a petrolífera informou que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou o Acordo de relativo à jazida compartilhada de Lula submetido pelo consórcio BM-S-11, junto com a Petrobras por parte da área da Cessão Onerosa (CO), e a Pré-Sal Petróleo (PPSA) em representação do Estado Brasileiro por parte da jazida compartilhada que não se encontra contratada. A Galp, através da sua subsidiária Petrogal Brasil, detém uma participação de 10% no consórcio que desenvolve o bloco BM-S-11. O Acordo de Individualização da Produção entrará em vigor a partir de 1 de abril de 2019.

Em queda só a EDP Renováveis (-1,54% para 8,620 euros), depois das declarações do embaixador dos EUA ao Jornal Económico de que a oferta pública de aquisição da China Three Gorges (CTG) à EDP e EDPR será chumbada nos EUA.

A Altri tombou -2,26% para 7,340 euros, por tomada de mais valias; os CTT (-0,79% para 2,758 euros); e a Navigator (-0,23% para 4,286 euros).

As bolsas europeias fecharam na sua maioria em alta esta segunda-feira. O EurosStoxx 50 fechou em ligeira alta de 0,04% para 3.387,6 pontos. O FTSE 100 subiu 0,91% para 7.293,92 pontos; o CAC 40 ascendeu 0,11% para 5.411,5 pontos; o IBEX também fechou em alta de 0,63% para 9.401,2 pontos e o FTSE MIB ganhou 0,90% para 21.234,6 pontos.

Em baixa fechou o alemão DAX que perdeu 0,25% para 11.657 pontos. Num dia em que o Deutsche Bank e o Commerzbank confirmaram o início das conversações para uma potencial fusão, as ações de ambos os bancos estão com valorização expressiva, “espalhando este otimismo ao setor e por conseguinte aos mercados como um todo”, diz o analista da Mtrader, Ramiro Loureiro.

O disparo superior a 7% das ações do Commerzbank e de 4,2% do Deutsche Bank após a confirmação de que iniciaram conversações para uma potencial fusão animaram o setor da Banca, mas não chegaram para sustentar o índice da bolsa de Frankfurt.

O DAX  foi castigado por cotadas como Adidas (-2,35%), Infineon (-2,58%), Lufthansa (-1,89%) e empresas do setor Auto.

Na Europa destaque ainda para a notícia de que a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, não pode voltar a levar a votos no Parlamento britânico o acordo de Brexit que negociou com Bruxelas e que já foi chumbado pelos deputados duas vezes. John Bercow, atual presidente da Câmara dos Comuns, ditou esta segunda-feira que o Governo britânico não pode forçar um novo voto se o documento não sofrer alterações substanciais. “O que o Governo não tem legitimidade para fazer é voltar a submeter à Câmara a mesma proposta, ou substancialmente a mesma proposta, que a da semana passada, que foi rejeitada por 149 votos”, disse Bercow.

Paralelamente ao mercado de ações, os juros da dívida soberana na periferia da Zona Euro continuam a descer e em alguns casos a atingirem mínimos de sempre, “a exemplo de Portugal, que tem a yield dos 10 anos abaixo dos 1,3%”, diz o analista do BCP.

Como a descida da yield é o reflexo da valorização das obrigações de dívida pública, muitas das quais detidas pelas carteiras dos bancos, o designado mark-to-market destas posições valoriza e tem efeito positivo para os bancos, explica o analista da Mtrader.

O petróleo sobe em Londres 0,43% para 67,45 dólares e nos EUA ganha 0,91% para 59,05 dólares.

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