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Bolsa de Lisboa fecha em terreno positivo impulsionada pela subida do BCP

O mercado nacional fechou positivo, embora com uma subida inferior à observada no resto da Europa. O BCP subiu mais de 6% e suportou a subida do índice.
26 Maio 2020, 17h57

O PSI-20 fechou esta terça-feira nos 4.299 pontos a subir 0,52%, com o BCP a disparar para 0,0968 euros (+6,02%) e a  Novabase (+8,14% para 3,190 euros) e a NOS que valorizou +4,36% para 3,59 euros. Também com subida significativa fechou a Sonae Capital (+4,96%) e a Mota-Engil (+2,27% para 1,262 euros). A Ibersol, no pólo oposto, a liderar as perdas ao fechar nos 6.760 pontos (-2,87%), seguida de perto pela Jerónimo Martins que recuou -2,33% para 14,65 euros.

“A condicionar o comportamento do mercado estiveram as ações da Jerónimo Martins (que habitualmente tem estado em contraciclo com o mercado), os CTT (-1,19%), a EDP (-1,07%) e a Galp (-0,43%)”, referem os analistas do BPI, que acrescentam que a Ibersol foi alvo de uma realização de mais-valias após os fortes ganhos registados recentemente.

Com um mix de 50% positivo e 50% negativo o índice acabou no verde, mas abaixo dos mercados europeus.

“As ações da NOS sobressaíram ao subirem 4,36%, favorecidas pelo anúncio da convocatória da assembleia geral para 19 de junho e da manutenção da proposta de remunerar os acionistas com um dividendo de 0,278 euros, tal como tinha sido anunciado quando apresentou os resultados de 2019”, refere o BPI no seu comentário de fecho.

O mesmo documento destaca a Navigator, que ganhou 0,89%, depois da empresa ter realizado uma conferência sobre os resultados do primeiro trimestre, transmitindo uma mensagem positiva ao nível da sua capacidade de remunerar os acionistas (através da distribuição de reservas) até o final de 2020.

O CaixaBank BPI Research refere que “a empresa mencionou um potencial declínio de 15% nos volumes de papel em 2020, relativamente ao ano anterior, com o segundo trimestre a ser um trimestre difícil. A empresa reconheceu que está a procurar alternativas de crescimento a longo prazo para os seus principais negócios e informou que tem trabalhado para aumentar a sua liquidez disponível”, lê-se no comentário.

Viagens e lazer foi rosto de dia positivo na Europa

A generalidade das praças europeias encerrou em alta, prolongando os ganhos de ontem.

O analista do Millennium bcp Ramiro Loureiro destacou no seu comentário de fecho que o levantamento dos avisos do Governo alemão sobre as viagens a 31 países animou o setor de viagens e lazer. Assim, destacaram-se os ganhos de empresas como a operadora Tui que hoje subiu 52%, após a notícia de que Espanha e Alemanha irão reduzir as restrições em termos de viagens. Em Londres, a Easyjet subiu cerca de 20% e em Madrid a Edreams ganhou 31%, nota por sua vez o BPI.

O EuroStoxx 50 subiu +0,95% para 2.999 pontos. O CAC 40 subiu +1,46% para 4.606,2 pontos; o Dax ganhou 1% para 11.504,65 pontos; o IBEX fechou nos 7.004 pontos (+2,15%) e o FTSE MIB avançou +1,5% para 17.860,5 pontos; e o FTSE subiu +1,24% para 6.067,7 pontos.

Já a farmacêutica francesa Sanofi anunciou que irá alienar a sua participação na Regeneron Pharmaceuticals, avaliada em cerca de 13 mil milhões de dólares. “Esta venda tem como objetivo dispor de mais fundos para investir em áreas farmacêuticas de maior crescimento como a relacionada com o tratamento do cancro. A farmacêutica francesa perdeu terreno e esteve entre as piores performers do mercado francês”, referem os analistas.

O dia foi positivo para a globalidade dos mercados europeus, “perante a crescente esperança relativamente a uma vacina, numa altura em que as várias económicas reabrem gradualmente as suas economias”, refere o BPI.

Já o Millennium bcp destaca “a valorização que se regista em Wall Street após regresso de fim de semana prolongado, onde o índice tecnológico Nasdaq 100 já está a cerca de 2% dos máximos históricos, serviu como catalisador para o comportamento no velho continente”.

O analista da Mtrader refere ainda que “o tema maior terá sido a revelação de que a vacina experimental da Novavax contra o coronavírus vai iniciar os testes em humanos e os resultados podem ser conhecidos já em julho. A administração Trump afirmou que existem quantidades suficientes de testes provenientes da Abbott Laboratories e Quidel Corp para suportar 200 milhões de testes por mês ao covid-19 nos EUA”.

Uma boa notícia é que a Irlanda do Norte acolheu o Remdesivir como tratamento para a Covid-19.

Paralelamente, as atenções também têm estado focadas nas tensões entre os EUA e a China, mas hoje não houve desenvolvimentos relevantes sobre este tema, pelo que os investidores atribuíam maior peso aos outros aspetos.

Noutros mercados, o petróleo Brent cai -0,08% para 35,3 dólares. A XTB destacou no seu comentário que “verificou-se uma redução significativa do spread entre o petróleo bruto Brent e WTI com pressão ascendente no mercado (spread abaixo de 2 dólares). Segundo a Rússia, o equilíbrio do mercado ocorrerá em junho, o que levará a novos aumentos de preços. O Ministro da Energia da Rússia indica ainda que a oferta caiu globalmente em torno de 14 a 15 milhões de barris por dia até hoje, e o excesso de oferta está em torno de 7 a 12 milhões de barris”, segundo André Pires analista da XTB.

A XTB realça também que “o ouro mantém-se em alta, principalmente devido à procura dos investimentos e atividades dos bancos centrais. A procura do setor de jóias está atualmente em nível recorde”.

O euro subiu +0,69% para 1,0973 dólares.

A dívida alemã a 10 anos dispara +6,51 pontos base para -0,43%. Ao contrário a dívida portuguesa cai -1,47 pontos base para 0,68%. A dívida espanhola está também com agravar no mercado secundário (+1,51 pontos para 0,62%) e finalmente Itália vê os juros caírem -2,47 pontos base para 1,55%.

Em termos macroeconómicos a nível nacional, hoje o Ministério das Finanças anunciou um défice orçamental de 1.651 milhões com agravamento em 341 milhões de euros em abril.

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