[weglot_switcher]

Bolsas da Europa em terreno negativo. Lisboa marcada pela queda da Galp

A entrevista do presidente de Angola ao Expresso ajudou à queda das ações da Galp. Por cá e fora do PSI 20 destaque para a queda das ações da Inapa. Na Europa a Renault é uma das responsáveis pela queda dos mercados, com a notícia da detenção do CEO da empresa por alegada fraude fiscal. Itália faz subir dívida soberana dos países periféricos.
  • Brendan McDermid/Reuters
19 Novembro 2018, 17h31

O PSI 20 fechou a cair 0,21% para 4.903,6 pontos, com a Galp a liderar as perdas (-2,05% para 14,555 euros). A entrevista ao Expresso de João Lourenço, presidente de Angola, não podia deixar o mercado indiferente. O presidente de Angola, referiu que no caso da Galp não vê reforços de posição e que a tendência é para vender. Isto é, a Sonangol não só não vai aumentar a sua participação na Galp, através da aquisição da participação de Isabel dos Santos, como deverá mesmo sair da petrolífera portuguesa.

O chefe do governo angolano disse que a petrolífera estatal Sonangol admite a possibilidade de alienação de ativos não core, onde se inclui duas importantes participações em Portugal, na Galp e no BCP.

Questionado sobre a participação de 19,49% que detém no BCP destaque para a resposta: “Não estou a dizer que vamos sair amanhã. Estou a dizer apenas que a tendência é essa”. Perante isto, e ao contrário das ações da Galp, as ações do BCP subiram 0,61% para 0,2480 euros, com o mercado a ver espaço para a valorização do título.

As ações da Semapa caíram -1,47% para 14,760 euros; as da EDP Renováveis desceram  -1,16% para 7,655 euros.

Apesar de haver mais cotadas em alta no PSI, isso não foi suficiente para que o índice fechasse no verde. No lado das subidas destaca-se a Sonae (+1,64% para 0,838 euros); a Mota-Engil (+1,66% para 1,596 euros) e a Corticeira Amorim (+ 1,42% para 9,270 euros).

Fora do PSI 20 destaque para as ações da Inapa, que caíram 6,21% para 0,094 euros, devido ao facto de a empresa estar a ser alvo de uma batalha entre acionistas.

A CGD, o BCP e o Novo Banco passaram a deter mais de 70% da Inapa, com a decisão saída da passada quinta-feira das assembleias-gerais da distribuidora de papel.

A assembleia-geral da empresa comandada por Diogo Rezende aprovou a proposta da Parcaixa, entidade detida totalmente pela CGD, de “conversão das acções preferenciais sem voto em acções ordinárias de forma a que a cada acção preferência corresponda a 1,25 acções ordinárias”, segundo comunicou à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).  A Inapa passou efectivamente a ser detida pelos bancos.

A Nova Expressão, presidida por Pedro Baltazar e que tem 12,5% das acções ordinárias da Inapa, com esta conversão fica apenas com cerca de 4%, e admitiu já, segundo o Negócios, que vai impugnar as decisões saídas das reuniões de acionistas, uma vez que está contra o rácio de conversão dos títulos preferenciais em ações ordinárias, defendendo que devia ser em vez de 1,1, uma acção preferencial por uma acção ordinária.

A Europa fechou em terreno negativo, o que, segundo o analista do BCP, Ramiro Loureiro, se deve ao facto de o sentimento ter sido condicionado pelas perdas que se registavam em Wall Street, em especial no setor tecnológico.

No setor Auto a francesa Renault esteve na ordem do dia, perdendo 8,4% perante as noticias de que o CEO Ghosn foi detido em Tóquio por alegada fraude fiscal. As ações da concorrente Volkswagen acabaram por se destacar, valorizando quase 2% na sessão e registando a segunda melhor performance no Euro Stoxx 50, logo atrás da Linde, realça o Millennium BCP investment banking. O Euro Stoxx 50 caiu 0,64% para 3.160,3 pontos.

De resto, os temas Brexit, Itália e tensões comerciais continuam a dominar a agenda. Durante o fim de semana, o vice-presidente norte-americano passou uma mensagem de confronto com o gigante asiático, reduzindo as probabilidades de os dois países chegarem a um acordo.

O FTSE 100 de Londres fechou a cair 0,19% para 7.001 pontos;  o francês CAC caiu 0,79% para 4.985,4 pontos; o alemão Dax desceu 0,85% para 11.244,54 pontos; o Ibex 35 deslizou 0,53% para  9.008,8 pontos e o FTSE MIB caiu 0,29% para 18.823,13 pontos.

O petróleo cai 0,99% no mercado de Londres para 66,10 dólares o barril, e o crude WTI nos EUA acompanha a queda ao descer 0,27% para 56,31 dólares.

A euro cai 0,25% face ao dólar para 1,1444 dólares.

No mercado de dívida, as bunds alemãs sobem 0,6 pontos base para 0,373%; a dívida portuguesa a 10 anos agrava 1,00 pontos base para 1,986%; e Espanha sobe 1,4 pontos base para 1,650%. Tudo por causa da dívida italiana que à mercê da saga do orçamento italiano que terá desenvolvimentos esta quarta-feira, quando a Comissão Europeia decidir se vai ou não recomendar a abertura de um Procedimento por Défice Excessivo contra Roma.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.