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Bolsas da Europa fecham em queda por causa da nova tensão entre os EUA e a China

A Bolsa de Lisboa fechou em terreno negativo em linha com as outras praças europeias. O petróleo dispara quer em Londres quer nos EUA. Já os juros de Portugal estão a subir depois dos alertas de Bruxelas.
  • Kai Pfaffenbach/Reuters
20 Novembro 2019, 17h35

A bolsa portuguesa fechou em baixa, seguindo assim a tendência das outras praças europeias. O EuroStoxx 50 caiu 0,34% para 3.683,9 pontos e o PSI-20 ainda caiu mais: -0,77% para 5.219,6 pontos.

“Novas tensões entre os EUA e a China estão a penalizar o sentimento, isto depois do Senado dos EUA ter aprovado um projeto de lei que apoia os manifestantes em Hong Kong. Os investidores continuam sensíveis às questões comerciais, com Donald Trump a ameaçar novamente a imposição de tarifas caso as duas nações não cheguem a acordo”, referiu o analista do BCP, Ramiro Loureiro, na sua análise.

Por cá a Mota-Engil caiu -1,80% para os 2,0720 euros. Hoje foi notícia o facto de a Mota-Engil estar a disputar com outros três agrupamentos o concurso para a concessão da primeira autoestrada em regime de parceria público-privada (PPP) no Gana, com um valor base de 450 milhões de euros. O grupo português foi pré-qualificado neste concurso que abrange o alargamento de 19 quilómetros de via e a construção de nós de ligação num total de mais 30 quilómetros, entre a capital Accra e a cidade portuária de Tema.

A maior queda coube à Sonae (-2,04% para  0,9120 euros).

O BCP e a Jerónimo Martins perderam mais de 1%, penalizando também o comportamento do mercado nacional. O banco liderado por Miguel Maya recuou -1,21% para 0,2047 euros. Já a Altri perdeu -1,19% para 5,8150 euros.

Em alta as exceções foram a Corticeira Amorim (+1,73% para 10,60 euros) e a EDP Renováveis que ganhou +0,39% para 10,20 euros.

Na Europa, o Dax fechou nos 13.160 pontos (-0,46%); o CAC nos 5.894 pontos (-0,25%), o FTSE recuou 0,84% para 7.262,5 pontos; e o IBEX35 fechou nos 9.223 pontos (-0,39%). Em contraciclo a bolsa de Milão subiu 0,10% para 23.351,8 pontos.

Os contornos das negociações sino-americanas foram o principal catalisador da sessão de hoje, diz o analista do BPI no seu comentário de fecho.

Estas conversações parecem ter entrado num impasse,”observando-se um escalar da tensão entre as partes”. Isto “depois de na 2ª feira, Pequim se ter mostrado pessimista quanto às probabilidades de alcançar um acordo comercial parcial (chamado de “fase um”) com Washington. Ontem o Presidente Trump voltou a ameaçar a China com um aumento das tarifas aduaneiras no caso de ambas as nações não conseguirem chegar a um acordo.

Ao mesmo tempo o Governo de Pequim reagiu de forma veemente a um decreto de lei aprovado pelo Senado Americano que pretende zelar pelos direitos humanos em Hong Kong. “As autoridades chinesas consideram a situação de Hong Kong uma questão doméstica e a iniciativa do Senado Americano uma ingerência externa”, diz o BPI.

No campo empresarial, o setor automóvel registou uma ligeira perda. “A Continental recuou mais de 1%, depois da fabricante ter informado que irá reduzir a sua força de trabalho em cerca de 5.00 postos. Por sua vez, a BMW informou que está em conversações com os seus colaboradores relativamente a medidas de corte de custos”, realça o BPI.

Destaque ainda para o facto de Segundo o CEO interino da Renault, Clotilde Delbos, a operação que envolve a Fiat e o grupo PSA poderá ter um impacto positivo no pricing.

Ao nível do mercado de dívida pública, as obrigações a 10 anos alemãs caem 0,8 pontos base para -0,347%. Ao contrário Portugal vê os juros agravarem depois de a Comissão Europeia ter divulgado esta quarta-feira em Bruxelas a sua apreciação mais detalhada sobre os ‘rascunhos’ de orçamento para 2020 enviados pelos estados membros em outubro.

Bruxelas considera que o projecto de orçamento enviado por Mário Centeno pode resultar num desvio significativo das metas orçamentais de médio prazo. A Comissão aponta ainda os riscos que a Bélgica, Espanha, França e Itália representam, incorrendo em desvios muito significativos em relação aos objectivos orçamentais de médio prazo e à redução adequada do peso da dívida pública no Produto Interno Bruto (PIB).

A dívida espanhola escapou à subida dos juros e cai 0,6 pontos base para uma yield de 0,425%. Itália vê os juros melhorarem 4,5 pontos base para 1,201%.

O euro cai 0,13% para 1,1064 dólares.

O petróleo Brent dispara no mercado de Londres 2,94% para 62,7o dólares.

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