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Bolsas da Europa sobem com Brexit. Só Lisboa e Londres fecharam em terreno negativo.

As praças europeias fecharam no verde, no rescaldo do chumbo do Parlamento britânico ao acordo Brexit levado pelo Governo de Theresa May. Só Lisboa e Londres fecharam em queda. mercado nacional terminou em ligeira baixa, apesar dos ganhos registados pela Altri e o BCP.
  • John Gress/Reuters
16 Janeiro 2019, 17h28

O ambiente da maioria das principais bolsas europeias, em dia de votação de moção de censura a Theresa May no Reino Unido após o chumbo do acordo do Brexit ocorrido ontem, foi positivo. Mas a exceção foi a Bolsa de Londres e a Euronext Lisboa. A city viu o seu índice FTSE 100 cair 0,47% para 6.862,7 pontos, no rescaldo do chumbo do Parlamento britânico ao acordo Brexit levado pelo Governo de Theresa May. Isto depois de ter aberto a sessão com ligeiros ganhos.

“O ambiente de incerteza é elevado, havendo em cima da mesa diversos cenários, entre os quais a convocação de novas eleições, um novo referendo ou até mesmo uma saída desordenada, que é por ventura a pior das hipóteses.  Mas antes disso, o Governo de Theresa May irá enfrentar hoje uma moção de censura no Parlamento, esperando-se contudo que esta não receba maioria de votos”, diz o analista da Mtrader Ramiro Loureiro.

O mercado nacional terminou em ligeira baixa (-0,08% para 4.998,6 pontos), não obstante os ganhos registados pela Altri (+2,79% para 6,630 euros) e o BCP (+2,38% para 0,2454 euros).

O BCP foi influenciado pela banca alemã. Na Europa o Deutsche Bank (+8,4%) e o Commerzbank (+7,4%) dispararam com o intensificar dos rumores de possível fusão entre os dois bancos alemães, perante notas que o regulador europeu poderia ser favorável a um movimento de consolidação a envolver o Deutsche Bank.

A NOS subiu 0,37% para os 5,44 euros, no dia em que foi noticiado que desde finais de 2018, a Eleven Sports tem vindo a negociar diretamente com as operadoras de telecomunicações portuguesas com vista a alcançar um acordo para a distribuição dos seus canais. Nessas reuniões, a empresa britânica admitiu rever o preço que tinha sido pedido pela Nowo.

Nas perdas o destaque vai para a Galp que fechou a cair -2,24% para os 14,21 euros, condicionando assim a performance do mercado. Nesta altura o petróleo West Texas nos Estados Unidos transaciona a cair 0,12% para 52,05 dólares após o forte aumento nas reservas de gasolina dos EUA. Mas o Brent, referência na Europa ganha 0,40% para 60,88 dólares.

A Pharol (-1,41%) e a EDP Renováveis (-1,38%) seguiram-se nas quedas.

A Jerónimo Martins também desceu ligeiramente (-0,09%), num claro movimento de realização de mais-valias após os fortes ganhos de ontem.

Na Europa o EuroStoxx50 subiu 0,30% para 3.077,2 pontos. Em Paris a bolsa fechou em alta de 0,51% para 4.810,74 pontos; o Dax alemão subiu 0,36% para 10.931,24 pontos; o Ibex valorizou 0,71% 8.912,7 pontos e o FTSE MIB disparou 1,63% para 19.477,77 pontos ajudado pelo setor bancário italiano.

O setor automóvel viu as vendas de carros na Europa contraírem em dezembro, “ainda assim sem gerar grande alarido entre os investidores. O setor negoceia com um PER (Price Earnings Ratio) estimado para os próximos 12 meses de 6x, abaixo da média dos últimos 5 anos (9x) e em mínimos de 2011/2012, conferindo por isso algum conforto”, diz o analista da Mtrader (grupo BCP). “De resto, vamos esperar pelos resultados nos EUA com forte incidência na banca norte-americana”, acrescenta.

Nos EUA, Goldman Sachs disparava mais de 7%, estando a viver a melhor sessão dos últimos sete anos, enquanto o BofA disparava 7%, a melhor variação dos últimos 6 anos, ambos em reação às contas apresentadas.

Em Portugal, em dezembro de 2018, foram produzidos 20.828 veículos automóveis para exportação, o que corresponde a um aumento de 39,8% relativamente ao período homólogo. Neste mês, a produção total de veículos ligeiros de passageiros para exportação registou uma variação homóloga de 44,0%. Nas categorias de veículos comerciais ligeiros e comerciais pesados, as variações homólogas foram de 19,9% e 58,0%, respetivamente. Na categoria de monovolumes (Autoeuropa) registou-se uma variação homóloga de 39,7%.

De janeiro a dezembro de 2018, produziram-se 285.573 veículos automóveis para exportação, o que representa um aumento de 69,6% relativamente ao mesmo período de 2017. Para o período em análise, a categoria de veículos ligeiros de passageiros regista um aumento de 85,5% (VHA), enquanto as categorias de veículos comerciais ligeiros, comerciais pesados e monovolumes registaram variações homólogas acumuladas de 29,3%, -14,3% e 100,7% respetivamente.

Em termos macroeconómicos a inflação na Alemanha, confirma o abrandamento em dezembro

O valor final do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor confirmou a descida da inflação em solo germânico, de 2,2% para 1,7% no último mês de 2018, o nível mais baixo desde abril. Este dado influencia o IPC agregado da Zona Euro e ao ficar abaixo da meta dos 2% estabelecida pelo BCE para a evolução de longo prazo na região dá espaço para a continuação da política de juros baixos.

A dívida soberana alemã está a agravar 1,8 pontos base para uma yield no mercado secundário de 0,224%.

A dívida portuguesa está a disparar 13 pontos base para 1,789%. Hoje o Jornal Económico noticiou que “a Conta Geral do Estado (CGE) de 2017 implica uma correção financeira na Conta da Administração Central que ascende a 134, 29 mil milhões de euros relativa ao stock da dívida pública dos serviços e fundos autónomos e à carteira de ativos financeiros”, refere o Tribunal de Contas nas reservas que efetuou ao Parecer da CGE de 2017.

Entre outras reservas apontadas pelo Tribunal de Contas à CGE para 2017, a omissão da carteira de ativos financeiros é a mais relevante atendendo a que o seu total não consolidado ascende a 98,27 mil milhões de euros. O stock da dívida pública dos serviços e fundos autónomos ascende a 36,01 mil milhões de euros. Além desta necessidade de correção, o Tribunal de Contas refere que a CGE de 2017 omitiu a receita e despesa de nove entidades.

Ao contrário da dívida portuguesa, a dívida espanhola cai 1,5 pontos base para 1,375% e a italiana tem os juros a caírem 11,9 pontos base para 2,755%.

O euro caiu 0,09% para 1,1403 dólares.

 

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