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Brexit: Banco Europeu de Investimento perde “grande parceiro” mas garante estar preparado

Werner Hoyer explicou que, “após um processo [de negociações] difícil e doloroso”, os restantes 27 Estados-membros conseguiram chegar a acordo sobre uma fórmula para aumentar as suas contribuições para o BEI através da transformação de parte das suas reservas em capital.
11 Novembro 2019, 16h52

O presidente do Banco Europeu de Investimento (BEI) disse hoje que a instituição perde “um grande parceiro” com a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), mas “está preparada” para a perda, que será colmatada pelos restantes Estados-membros.

“Há rumores de que o Reino Unido talvez saia um dia da UE. Deixámos de especular quando isso acontecerá, mas estamos preparados”, declarou Werner Hoyer, numa alusão ao impasse no processo.

Falando numa visita de jornalistas estrangeiros às instituições europeias no Luxemburgo, entre as quais o BEI, o responsável não deixou de lamentar a saída: “Vamos perder um grande parceiro”.

Porém, continuou, “é uma grande perda para nós, mas a maior perda será para as pessoas do Reino Unido”, país no qual o BEI tem, de momento, investidos cerca de 55 mil milhões de euros.

Werner Hoyer explicou que, “após um processo [de negociações] difícil e doloroso”, os restantes 27 Estados-membros conseguiram chegar a acordo sobre uma fórmula para aumentar as suas contribuições para o BEI através da transformação de parte das suas reservas em capital, o que no final permite manter o capital social da instituição, mesmo com um acionista a menos.

Com isto, “conseguimos reduzir um pouco [o impacto da saída] e recuperar logo de seguida”, considerou o responsável, agradecendo ao negociador-chefe da UE para o ‘Brexit’, Michel Barnier, pelo “que conseguiu” com o Acordo de Saída alcançado.

O capital social total do BEI – com base em contribuições dos 28 Estados-membros – é, de momento, de perto de 243 mil milhões de euros, cerca de 40 mil milhões de euros dos quais provêm do Reino, tanto em dinheiro (3,5 mil milhões de euros) como em reservas (o restante).

Com a saída do Reino Unido da UE, o BEI perderá um dos seus maiores acionistas e, se nada fosse feito, perderia uma capacidade de empréstimo em 100 mil milhões de euros.

Por essa razão, a transformação de reservas em capital foi a solução encontrada.

Werner Hoyer indicou, sem precisar, que “dois Estados-membros já decidiram aumentar” as suas reservas de capital no banco.

Além destes, “a Polónia, Roménia e Luxemburgo estão a considerar fazê-lo também”, referiu o presidente do BEI, admitindo que “foi difícil atingi-lo”.

“Os nossos investidores não querem saber se [a reposição do espaço deixado pelo Reino Unido] acontece no dia a seguir ao ‘Brexit’, mas querem ter a certeza de que o dinheiro é reposto”, adiantou Werner Hoyer.

O Reino Unido tinha previsto sair da UE em 31 de outubro, mas acabou por aceitar um novo prolongamento até 31 de janeiro.

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