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CEO do Credit Suisse demite-se

O conselho de administração do banco aceitou, por unanimidade, a renúncia de Tidjane Thiam. Em causa está um escândalo de espionagem.
7 Fevereiro 2020, 08h52

O CEO do Credit Suisse, Tidjane Thiam, demitiu-se esta sexta-feira depois de reconhecer que o recente escândalo de espionagem “perturbaram” o banco de investimento com sede em Zurique.

O conselho de administração do banco anunciou esta manhã que, por unanimidade, aceitou ontem a renúncia do empresário de 57 anos ao cargo. Em comunicado, o board do Credit Suisse reforçou ainda o seu total apoio ao presidente, Urs Rohner, para que termine o seu mandato até abril de 2021.

Tidjane Thiam e Urs Rohner entraram em conflito desde que a instituição bancária contratou uma empresa de espionagem corporativa para seguir o antigo chefe da divisão de gestão de património Iqbal Khan, que havia saído para o concorrente UBS. O caso ‘rebentou’ no ano passado e, na altura, o Credit Suisse insistiu que foi um incidente pontual, mas meses depois admitiu que tinha utilizado detetives para seguir outro gestor do banco.

Apesar de Tidjane Thiam não estar diretamente implicado nesta espionagem e de garantir que não tinha conhecimento do que estava a acontecer, optou por renunciar às funções de liderança por considerar que o escândalo causou danos ao banco. “Eu não tinha conhecimento da observação aos dois ex-colegas. Sem dúvida, perturbou o Credit Suisse e causou ansiedade e mágoa. Lamento que isso tenha acontecido e nunca deveria ter acontecido”, referiu o ainda CEO, aquando do anúncio da saída.

Segundo a mesma nota, Tidjane Thiam tem orgulho naquilo que a equipa alcançou durante o seu mandato: “Nós mudamos o Credit Suisse. Em particular, desenvolvemos a nossa franquia líder em gestão de fortunas, demos uma nova energia aos nossos negócios nos mercados globais e adotámos uma abordagem regional para a cobertura de clientes”.

Thomas Gottstein, responsável pelo negócio do banco na Suíça, irá assumir a direção-executiva a partir do próximo dia 14 de fevereiro, logo depois da apresentação dos resultados do quarto trimestre de 2019.

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