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Comentários da Fed e tensão geopolítica abalam Wall Street

O índice Nasdaq perdeu 1,51%, para os 7.884,72 pontos, no encerramento da sessão desta terça-feira, perante um «sell-off» nas tecnológicas.
  • Reuters
25 Junho 2019, 21h45

A Bolsa de Nova Iorque encerrou a sessão desta terça-feira com perdas, com os investidores a digerir as mensagens lançadas pela Reserva Federal (Fed) através do seu presidente, Jerome Powell, e de James Bullard, da Fed de St. Louis, cerca de uma semana depois de a instituição ter decidido manter as taxas de juro inalteradas.

Os dois responsáveis pela política monetária norte-americana reconheceram, nos discursos proferidos hoje, que as taxas poderiam ser cortadas para sustentar a recuperação económica do país, mas James Bullard acabou por amainar as ‘esperanças’ e sugerir que esse corte não seria de 50 pontos-base (o valor mais consensual entre os especialistas).

É neste cenário financeiro que os principais índices de Wall Street encerraram as negociações deste 25 de junho. O Dow Jones deslizou 0,67% (para os 26.548,22 pontos). Na mesma linha, o alargado S&P 500 recuou 0,95% (para os 2.917,38 pontos) e o tecnológico Nasdaq perdeu 1,51%, para os 7.884,72 pontos. Também o Russell 2000 desvalorizou (-0,69%, para os 1.521,04 pontos).

“Embora os mercados tenham começado o ano com um otimismo crescente para uma recuperação no segundo semestre, as tensões entre os Estados Unidos, a China e o México criaram preocupação – assim como o momento de desaceleração nos principais indicadores económicos, como os PMI (Índice de Gestores de Compras, em português)”, refere Mona Mohajan, estratega de Investimento nos Estados Unidos da Allianz Global Investors.

Ainda assim, num artigo recente intitulado “Nuvens negras estão a formar-se nos EUA”, o responsável desta empresa de gestão de investimentos defende que, nos Estados Unidos, os analistas acreditam que “as expectativas de ganhos permanecem relativamente elevadas no segundo semestre do ano, particularmente no quarto trimestre”. “As estimativas apontam para um crescimento de 7% ao ano nos lucros do S&P. Mas se o dólar norte-americano continuar a fortalecer-se, os exportadores dos EUA poderão sentir mais pressão”, explica, no mesmo documento.

Aliás, segundo um barómetro da seguradora Crédito y Caución, 33% das empresas nos Estados Unidos, 34% no Canadá e 40% do México esperam que se verifique uma subida no número de clientes que vão atrasar os seus pagamentos por mais de 90 dias.

O preço do petróleo continua a subir. A cotação do barril de Brent está a subir 1,11%, para 64,89 dólares, enquanto a cotação do crude WTI avança 1,12%, para 58,55 dólares por barril. Quanto ao mercado cambial, nota para a depreciação de 0,24% do euro face ao dólar (1,1368) e para a desvalorização de 0,38% da libra perante a divisa dos Estados Unidos (1,2691). Carla Maia Santos, da corretora XTB, disse que o preço do crude esteve esta manhã a negociar em máximos de três semanas perante “a possibilidade de os EUA avançarem com mais sanções ao Irão, depois de estes abaterem um drone norte-americano”. “O Irão é um dos maiores produtores de petróleo a nível mundial e receia-se falhas do lado da oferta de petróleo”, salientou, em research de mercado.

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