CTI diz que vai analisar se Santarém mudar a orientação das pistas

A Comissão Técnica Independente (CTI) escolheu o Campo de Tiro de Alcochete (CTA) como a melhor localização para o novo aeroporto de Lisboa. A decisão terá agora de ser tomada pelo novo Governo.

Pelo caminho ficaram outras opções como o Montijo, opção que ficaria saturada em 2038, obrigando a procurar uma nova solução aeroportuária no médio prazo.

No caso de Santarém, a CTI apontou que a existência de áreas militares aéreas no lado oeste desta opção é uma questão difícil de resolver. No lado oeste, existe o bloco de Monte Real, onde são realizados exercícios militares da NATO, não sendo viável do ponto de vista de segurança. As áreas de aproximação  e descolagem vão entrar na zona de bloco de Monte Real e a CTI considera que existe um risco grande existirem aviões em velocidades completamente diferentes dentro do espaço aéreo.

As conclusões preliminares da CTI estão agora em consulta pública até 19 de janeiro e só depois será produzido um relatório final. Se os promotores de Santarém apresentarem alterações à orientação das pistas, a CTI vai analisá-las.

Os promotores da opção Santarém já vieram a público criticar as recomendações e disseram que querem contestá-las…

A grande dificuldade que surge em Santarém tem a ver com o espaço aéreo em relação à base militar de Monte Real. Se eles querem contestar, estão a vontade.  Mas aí têm de falar com a NAV [entidade pública responsável por controlar o espaço aéreo nacional]. Porque nós apoiamo-nos no relatório da NAV. Não conseguimos ultrapassar isso, não podemos dizer ao Estado, ‘fechem Monte Real’.

E agora termina a CTI?

Não, não tem mandato até março, porque agora tem a consulta pública. A consulta pública vai até 19 de janeiro e temos que responder às várias solicitações. No final,  vamos ter que rever o relatório em função desses comentários. Imaginemos que Santarém muda a orientação das pistas. Se mudarem, não sei o que vai dar, eventualmente poderá afetar Tancos, que também está na proximidade. Estou longe de pensar que eles vão fazer isso, mas se isso acontecer, eventualmente, temos que reconsiderar aquilo que é o resultado que tivemos em relação a Santarém. Atualmente, Santarém é inviável por causa dessa limitação de espaço aéreo.