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Do inferno ao céu em apenas algumas horas

Os investidores arrancam a semana preparados para dar um pouco mais de gás ao movimento ascendente.
  • Senior refinery technician Vincente Sandoval pours liquid gold to form gold dore bars at Newmont Mining’s Carlin gold mine operation near Elko, Nevada May 21, 2014. The dore bars contain approximately 90 percent gold, 8 percent silver and 2 percent trace material. REUTERS/Rick Wilking (UNITED STATES – Tags: BUSINESS COMMODITIES) – LM2EA661ETD01
13 Janeiro 2020, 11h53

Nas primeiras horas de Quarta-feira passada e depois do ataque militar norte-americano de dia 3 de Janeiro que vitimou o general iraniano Qasem Soleimani, o mundo entrou num ciclone de emoções em que o pensamento omnipresente, que no entanto poucos se atreveram a vocalizar, era o de um possível conflito de proporções incertas, mas que poderia atingir a escala global. Isto porque o Irão tinha prometido uma “dura retaliação” ao ataque dos EUA e os primeiros relatos indicaram que algumas dezenas de misseis tinham atingido bases no Iraque onde estavam militares da coligação, um acto que para um presidente como Trump, que é mais beligerante que o normal, pelo menos na retórica, poderia dar a desculpa necessária para uma guerra aberta de consequências imprevisíveis.

A resposta dos investidores não se fez esperar e tal como seria normal a procura por activos refúgio disparou e o apetite pelo risco quase que desapareceu, levando os futuros do S&P500 a caírem cerca de -1,7% em menos de duas horas, enquanto que ouro, iene e petróleo registaram subidas significativas. Contudo assim que começaram a sair as primeiras notícias da ausência de vítimas derivadas dos ataques e depois com as declarações no Twitter de Trump sobre estar “tudo bem”, sem agravar a retórica de confronto, o sentimento virou quase tão rapidamente quanto tinha caído e não só os movimentos nos diversos activos foram invertidos na totalidade como houve espaço para que Wall Street tivesse atingido logo nesse dia novos máximos históricos, o que pinta bem o cenário da força que os Touros demonstram nesta fase.

Na sexta-feira e mais dentro de uma perspectiva de consolidação do que de correcção os índices de ambos os lados do Atlântico desvalorizaram ligeiramente após os dados dos non-farm payrolls, que não obstante terem sido piores que o esperado e menos robustos que os do mês anterior, não foram suficientemente maus para questionar a força do mercado laboral, com os 145,000 postos de trabalho criados em Dezembro.

E assim sendo os investidores arrancam a semana preparados para dar mais um pouco de gás ao movimento ascendente, especialmente se a primeira fase do acordo comercial entre EUA e China for efectivamente assinado na quarta-feira e caso os resultados que começarem a sair da earnings season não suscitem grandes preocupações, o que não deverá ser difícil tendo em conta que como tem sido habitual as perspectivas não estão optimistas e como tal deverão ser batidas, podendo mesmo a contracção esperada nos lucros do quarto trimestre de 2019 dar lugar a um crescimento.

O gráfico de hoje é do Ouro, o time-frame é de 4 horas.

 

 

Depois de ter efectuado um duplo topo (linhas azuis) logo no seguimento dos ataques do Irão, o metal precioso recuou podendo agora e após uma fase de consolidação, ir testar o nível dos $1,500 por onça.

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