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E se as bolsas caírem? Dez conselhos que ajudam a lidar com a incerteza dos mercados

Sell-off, segunda-feira negra, índice de medo… Os últimos dias nas bolsas mundiais têm sido impróprios para cardíacos, com as subidas e descidas a criarem incerteza, especialmente entre investidores menos experientes. Para aprender a lidar com a volatilidade, o Jornal Económico compilou 10 conselhos de quem convive diariamente com a incerteza dos mercados.
  • Reuters
7 Fevereiro 2018, 17h55

João Queiroz, diretor da banca online do Banco Carregosa:

  • No ambiente atual, o investidor deve analisar se a desvalorização generalizada do mercado corresponde a um cenário de mera correção ou a uma inversão de comportamento do mercado (de um bull para bearish market);
  • se os títulos em carteira são adequados para um período de maior volatilidade ou apresentam dificuldade em acompanhar as recuperações do mercado; e
  • se o posicionamento da carteira detém a liquidez de que o investidor necessite, em caso de acréscimo de volatilidade que dificulte a saída do mercado.

Steven Santos, gestor do BiG:

  • Em momentos de elevada volatilidade, os investidores mais conservadores deverão procurar instrumentos que possam proteger a carteira de títulos. Ativos de refúgio como o ouro – negociado sobretudo através de ETF com réplica física – e o franco suíço tendem a ser mais procurados neste contexto. Porém, nem todos os investidores gostam de adicionar exposição a activos descorrelacionados à sua carteira de investimento.
  • Em períodos de forte aversão ao risco, vários investidores optam por proteger a carteira de ações através de instrumentos financeiros que permitem beneficiar de movimentos de queda, como os CFD sobre acções e índices bolsistas. Quando o momento de incerteza for ultrapassado, fecham as posições curtas em CFD com um ganho que compensa a desvalorização registada na carteira de títulos, concretizando assim a protecção (hedging).
  • Alguns investidores optam simplesmente por vender os títulos com avaliações fundamentais mais especulativas, dado que registam maior volatilidade, preferindo manter as acções mais sólidas e maduras em carteira.

Eduardo Silva, gestor da corretora XTB:

  • Na realidade não existe nenhuma forma perfeita de defender um portefólio de ações perante um mercado em ‘sell-off’, o consenso é de que o trabalho defensivo é feito de forma antecipada, todas as soluções reativas são mais dispendiosas e menos eficazes, mesmo assim o consenso é de que se devem tomar medidas para proteger o portefólio  perante o risco do pior cenário mesmo de forma reativa.
  • Existem diversas estratégias que devem ser consideradas de antemão por forma a diminuir o risco. Uma das formas clássicas de proteção são as opções defensivas. Comprar uma ‘put option’  antes de assistirmos ao disparo da volatilidade seria uma forma barata de proteger o portefólio, no entanto se considerarmos esta solução de forma reativa, a volatilidade implícita terá disparado e tornado a opção menos interessante devido aos custos.
  • Outra forma de tornar o portefólio menos exposto ao risco de ‘sell-off’ é ter o cuidado de criar uma carteira equilibrada em que se tenha optado por empresas de alta qualidade, diversificada a nível sectorial, regional e internacionalmente. Podemos ainda aumentar o peso de ações defensivas com um ‘dividend yield’ atrativo.
  • Tendo em conta as estratégias reativas podemos considerar na mesma opções ou futuros, mesmo tomando nota de que o preço da proteção é mais elevado perante um ‘sell-off’. Não existe uma forma correta para agir, pois as correções são dinâmicas. Podemos sair das posições longas com a expetativa de comprar mais abaixo e acabar por perder o movimento altista enquanto esperamos o melhor ponto para entrar. Podemos ficar dentro e o mercado corrigir mais e ficamos com o sentimento de que podíamos ter vendido tudo e entrado mais abaixo. Assim, acredito que o importante é ler os sinais que vão surgir nos próximos dias. Adivinhar topos e fundos é menos importante do que entender a tendência dos ativos.
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