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Economia chinesa está a desacelerar mas ainda cresce 6,4% ao ano

Louisa Lo, da Schroders, disse ao Jornal Económico que a recuperação cíclica da economia chinesa estabilizou e levou as ações do país a um rally no ano passado (o índice MSCI China fechou 2017 com uma valorização próxima de 50%).
17 Janeiro 2018, 07h45

A qualidade do crescimento económico foi reforçada como prioridade para o Governo da China, com o objetivo de assegurar estabilidade no país e parece estar a dar frutos. Apesar de os analistas apontarem para uma desaceleração do crescimento económico no final de 2017, as expetativas em relação a este ano continuam positivas. Os dados do PIB chinês no quarto-trimestre de 2017 serão conhecidos na madrugada desta quinta-feira.

“Depois do reforço do PIB da China nos primeiros nove meses de 2017 – que foi em média 6,9% em termos homólogos – algum do momentum cíclico está a perder vapor”, disse Louisa Lo, head of Greater China Equities da Schroders, em declarações ao Jornal Económico.

“Isto acontece porque o crescimento tem de igualar uma base inicial elevada e devido à implementação de restrições à aquisição de propriedades, que tem um impacto negativo na procura imobiliária”, explicou.

Os números oficiais só agora serão divulgados, mas na semana passada o primeiro-ministro do país, Li Keqiang, afirmou que a performance da economia no ano passado ficou acima do esperado e referiu que o produto terá crescido 6,9% no total do ano. O valor compara com a anterior projeção do governo de 6,5% e estará, segundo Li, relacionado com políticas de estímulos e reformas implementadas na China.

Consenso de analistas aponta para crescimento de 6,7%

No entanto, o consenso entre os 61 analistas consultados pela agência Reuters aponta para um crescimento homólogo de 6,7%. No acumulado do trimestre, os analistas esperam que o crescimento do PIB tenha abrandado 1,6 pontos percentuais (p.p.), em comparação com os 1,7 p.p. do terceiro trimestre e, no acumulado do ano, para 6,4%, face à projeção do Governo chinês de 6,8%.

Apesar disso, a perspetiva para o futuro é animadora, com Louisa Lo a lembrar que a recuperação cíclica da economia chinesa estabilizou e levou as ações do país a um rally no ano passado (o índice MSCI China fechou 2017 com uma valorização próxima de 50%).

Os analistas da gestora de ativos de mercados asiáticos, Lloyd George Management, sublinham que “os receios sobre uma crise da dívida ou colapso do mercado imobiliário recuaram e há expetativa é que, mesmo que o crescimento abrande para 5%-6%, o setor privado, internet, educação, saúde, turismo e indústrias e-commerce vão continuar a crescer 15%, em média”.

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