O principal parceiro económico de Portugal é o país da União Europeia que mais está a sofrer os efeitos da pandemia de coronavírus na sua economia.
O produto interno bruto (PIB) do país pode retroceder até 21,8% no segundo trimestre deste ano, uma quebra sem precedentes desde a guerra civil de 1936-1939, segundo uma estimativa do Banco de Espanha.
Apesar desta previsão, a ministra das Finanças espanhola afirmou, esta quinta-feira, que a economia do país já começa a mostrar os “primeiros sinais de recuperação” dos efeitos da pandemia, embora algumas “regiões e indústrias continuem a sentir alguma pressão”.
Em entrevista ao canal “Antena 3”, Nadia Calviño afirmou que “75% dos trabalhadores em lay-off simplificado (ERTE) já regressaram ao trabalho”, acrescentando que o governo espanhol terá que analisar “se o ERTE se manterá também durante o mês de setembro para os principais setores afetados”, cita a “CNN” as declarações da responsável.
Tal como em Portugal, no país vizinho a pandemia obrigou ao confinamento da população e da economia o que levou ao recurso ao lay-off, designado por ERTE: “Expediente de Regulación Temporal de Empleo”.
Este regime permite às empresas suspender os contratos de trabalho ou reduzir o tempo de laboração por causas de força maior, económicas, técnicas, organizativas ou de produção.
“Estamos a trabalhar na abordagem que teremos nos próximos meses e veremos isso com os agentes sociais”, assegurou ao canal espanhol a ministra que argumentou ser necessário “evitar danos estruturais à nossa economia”. Nadia Calviño acrescentou ainda que “este ano teremos de emitir 100 mil milhões de euros a mais em dívida do que havíamos previsto”.
Apesar deste otimismo, o Ministério da Saúde contabilizou, esta quarta-feira, mais 7.296 novos casos de Covid-19, tendo 3.594 deles sido diagnosticados nas últimas 24 horas, um aumento que vem a confirmar a teoria dos especialistas que o país enfrenta a segunda vaga do vírus, o que poderá obrigar ao governo a retomar o estado de emergência e confinar novamente o país.
Os dados chegam numa altura em que Pedro Sánchez anunciou novas medidas para combater a pandemia, nomeadamente, oferecer apoio às regiões que decidirem decretar o estado de emergência para conter a pandemia e mobilizar cerca de de dois mil militares para as auxiliar no rastreio de contágios.
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