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Escolha de mercados, financiamento e comunicação são fulcrais no processo de internacionalização

Oradores do painel ‘Internacionalizar com Sucesso’, inserido no Growth Forum promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP) e pela NOVA SBE apontam fatores chave da decisão de atacar novos mercados e criticam a falta de comunicação entre os empresários nacionais.
18 Abril 2023, 13h08

A escolha dos mercados é o principal aspeto a considerar pelas empresas na decisão de internacionalização, embora o processo dificilmente seja livre de dores, especialmente para empresas de uma economia como a nacional, onde a fiscalidade continua a pesar e o acesso ao financiamento é difícil.

Estas foram as principais ideias do painel ‘Internacionalizar com Sucesso’, inserido no Growth Forum promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP) e pela NOVA SBE esta terça-feira em Carcavelos, onde os empresários debateram as dificuldades associadas à decisão de atacar novos mercados.

Apesar de a qualidade dos projetos ser o principal fator de sucesso de um processo de internacionalização, a escolha dos mercados apresenta-se como outro aspeto fulcral. Rui Manuel Nabeiro, diretor executivo do Grupo Nabeiro e presidente da CCIP, começou por referir que esta escolha tem “de estar assente em critérios bem definidos”, embora, no caso da Delta, algumas das decisões tenham acontecido “de forma natural”.

“Estando na Raia, o mercado espanhol era natural”, começou por referir, tal como sucedeu com o mercado francês, numa altura em que “o principal critério de expansão foram os portugueses a puxar pelo nosso café”. Numa fase posterior, “a relevância da marca” foi o principal motor da expansão, dado que a maior dificuldade é “entrar em marcados onde não há notoriedade da marca suficiente”.

Ricardo Alves, administrador da Riberalves, reconheceu a aposta da marca “no mercado da saudade” numa fase inicial, “mas sempre inovando”, isto num mercado onde o consumo português representa 25% da quota mundial.

“Hoje em dia, quando entro no mercado em Portugal já estou no mercado global”, argumentou Filipe de Botton, executive chairman da Logoplaste, para quem “cada empresa é que tem de saber as suas vantagens competitivas”.

Já Joana Rafael, COO da Sensei, sublinhou a importância de escolher os parceiros certos que partilhem da mesma visão do projeto de internacionalização. Ao mesmo tempo, torna-se mais fácil entrar num “mercado onde os nossos concorrentes não estão”, onde a liderança é mais alcançável.

Mas também a comunicação é de uma importância fulcral, denotaram os membros do painel. Filipe de Botton lamentou a falta de comunicação entre empresários, numa ótica de partilha de experiências, apelidando de “drama” a falta de associativismo no país.

Outro problema é a falta de financiamento no mercado de capitais nacional, que é agora visto como inexistente. Joana Rafael sublinhou a importância do capital na promoção de um negócio forte, mas lembrou as pressões do seu primeiro investidor para sediar a Sensei fora de Portugal.

“Todas estas empresas [unicórnios portugueses] tiveram esta pressão para sediar fora”, dada a dificuldade de acesso ao financiamento em Portugal, explicou.

“Quando há bons projetos, até eventualmente o país onde vamos investir pode ter incentivos fiscais que nos podem ajudar. Há que procurar as oportunidades no próprio país para nos ajudar no processo de entrada”, acrescentou Rui Manuel Nabeiro, lembrando as palavras de Ricardo Alves sobre a entrada no mercado angolano e os benefícios fiscais que a Riberalves aproveitou no país.

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