“Convocar eleições o mais rapidamente possível”. Pela primeira vez desde que o PSOE avançou com uma moção de censura construtiva ao governo de Mariano Rajoy, o Partido Popular assume considerar a convocação de eleições a saída mais acertada para a crise.
Todos os analistas sabiam que a ida do PSOE e do seu líder, Pedro Sánchez, para o governo não seria fácil, dado o momento conturbado que o país vivia – nomeadamente por causa da questão da Catalunha.
O que poucos – ou mesmo nenhum – analistas podia antecipar era o motivo por que o governo socialista se encontra cada vez mais acossado pelos seus adversários: uma espécie de guerra de currículos, que está a assumir proporções desmesuradas.
Tudo começou com as reservas que o currículo do novo presidente do PP, Pablo Casado – que substituiu Rajoy para surpresa de muitos, dado ser um ‘velho’ aliado de José Maria Aznar – levantou aos seus adversários políticos. O tema é costumeiro: determinado curso de pós-graduação de determinada faculdade madrilena, ministrado por determinado docente tem sido recorrentemente apontado como ilegalmente fácil para um assinalável número de políticos do Partido Popular.
Mas, quando nada o fazia esperar, o chefe do governo foi acusado de plágio em determinados pontos da sua tese de doutoramento – e apesar de todos os esforços o executivo não conseguiu livrar-se do ónus que as dúvidas sobre ele atiraram.
Até agora, o PP nunca tinha deixado claro se queria ou não eleições, mas esta quarta-feira Pablo Casado, exigiu a dissolução do congresso dos deputados e a imediata marcação de um ato eleitoral. O que despoletou a iniciativa do PP não foi diretamente a questão dos currículos – dado que o partido não se sai bem na matéria – mas a degradação do ambiente político geral permitiu-lhe avançar agora com a proposta.
O PP junta-se assim ao Ciudadanos de Albert Rivera, que pede eleições desde o dia em que triunfou a moção de censura de Sánchez sobre Rajoy. Casado acusa Sánchez de liderar um governo useiro em “mentiras e autoritarismo “.
Casado acusa Sánchez de estar a gerir um país que se vai desfazendo: com o Podemos a aproximar-se de pedir um referendo sobre a integridade do território, os bascos do Batasuna a pedirem a anexação Navarra e a Catalunha cada vez mais descontrolada, disse Casado, não há quaisquer condições para os socialistas se manterem no governo.
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