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“Estado paga 22 euros por dia para que os bombeiros sejam bem alimentados”

O secretário de Estado da Administração Interna esteve presente num debate na TVI24, onde falou da polémica sobre a alimentação dos bombeiros, assim como das falhas na luta aos incêndios.
31 Agosto 2017, 11h39

Jorge Gomes, secretário de Estado da Administração Interna, Vasco Estrela, presidente da Câmara Municipal de Mação, Jaime Marta Soares, Presidente da Liga dos Bombeiros e José Pio, presidente da Câmara Municipal de Gavião, estiveram presentes num debate na TVI24.

Depois de ter sido questionado sobre a alimentação dos bombeiros, um tema que tem dominado a agenda política, Jorge Gomes disse que nunca assistiu a uma situação semelhante, acrescentando que é preciso haver a “tranquilidade de que os nossos bombeiros estão a ser alimentados como devem ser alimentados”, principalmente porque “o Estado paga 22 euros por dia para que os bombeiros sejam bem alimentados”.

“Tive sempre o cuidado de jantar onde os bombeiros jantam, nunca tive nenhum privilégio. Era mais um cidadão e comi sempre bastante bem, mas é preciso saber se isto é generalizado ou se pode haver um caso ou outro”, admitiu o secretário de Estado.

Jorge Gomes disse que não é justo pensar que há dinheiro destinado à alimentação dos bombeiros que está a ser desviado, e por isso ter determinado à Direção Nacional de Auditoria e Fiscalização a abertura de um inquérito “para saber o que está a acontecer de errado nos procedimentos”.

Incêndios

“Nenhum país do mundo tem tudo o que é necessário para situações desta dimensão. Nem que se multiplicassem os aviões e os bombeiros. Podemos sentir o orgulho da estrutura de combate que há em Portugal. Se não fosse isso o país estaria a passar por um momento catastrófico. Mas claro que há situações que têm de ser alteradas, sem dúvida”, disse o presidente da Liga dos Bombeiros.

Aos presidentes das câmaras foi levantada a questão sobre a preparação para o combate às chamas, José Pio disse que estão limitados à aplicação de coimas. “O que as pessoas têm nos perímetros nem sempre é falta de limpeza. São capoeiros, barracões… e eu sinto que o que mais se perdeu no conselho de Gavião foram segundas habitações e pequenos palheiros com lenha, palha para o gado, alfaias agrícolas. Não podemos proibir as pessoas de terem isso nas suas casas porque são materiais fundamentais para elas durante todo o ano. Obviamente que muitos não cumprem a legislação e nessas situações tentamos aplicar contra ordenações, mas de pouco resolve”.

O presidente Câmara Municipal de Mação assinalou a difícil situação, “as pessoas estão tão limitadas com o que é o seu rendimento e se juntarmos estas coimas, ainda as limita mais. Usamos os nossos sapadores florestais para proceder à limpeza florestal”.

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