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Festival Política 2024 sob o lema “Intervenção”

“A hora de intervir é agora ou já”. Se dúvidas houvesse, o repto plasmado no site do Festival Política dá o tom e o mote para o tema central da edição de 2024, “Intervenção”. De 3 a 5 de abril, em Lisboa, numa espécie de aquecimento para as edições em Braga, Loulé e Coimbra.
29 Março 2024, 10h00

Já se conhece a programação do Festival Política 2024, que terá, como habitualmente, o seu epicentro no Cinema São Jorge. De 3 a 5 de abril, a “Intervenção” é quem mais ordena, ou não fosse este o ano das 50 primaveras do 25 de Abril.

Cinema, performances, música, humor, exposições e conversas de entrada gratuita vão servir de ignição para trocas de ideias entre jovens artistas, criadores, académicos e ativistas interessados em desenvolver propostas e reflexões que contribuam para estimular a participação cidadã – quer nos atos eleitorais, quer no envolvimento com as instituições e as suas comunidades.

“Em 2024 queremos desafiar os participantes a fazerem ouvir a sua voz ativa na determinação do futuro e na promoção do bem comum, assim como a serem mais ativos na defesa do sistema democrático, para garantir uma sociedade justa, inclusiva e responsável”, frisa Rui Oliveira Marques, codiretor artístico do Festival Política.

Daí que os co-organizadores tenham convocado Hugo Van Der Ding para, na noite de 5 de abril, apresentar o espetáculo “O que importa é participar”, que revisitará alguns episódios da História de Portugal para, através do humor, realçar a importância da participação cívica e de dar eco ao repto que têm plasmado no seu site: “A hora de intervir é agora ou já”.

E entre os debates e conversas que vão integrar o Política este ano, destaque para “Estas histórias ajudam a aumentar a intervenção cívica e política?”, que parte do trabalho feito por “repórteres comunitários”, i.e., por jovens e moradores de Mem Martins (Sintra), Chelas (Lisboa) e Casal da Boba (Amadora); para a apresentação oficial do projeto audiovisual “Faz-te Ouvir”, que tem como objetivo desmontar preconceitos e estereótipos associados às comunidades ciganas em Portugal; e para a performance/conversa “A minha identidade é um insulto”.

Outra novidade é a estreia do formato internacional “Beers and Politics”, que consiste numa conversa informal e na discussão sobre ideias e propostas políticas de cerveja na mão. Lisboa e Braga serão as primeiras cidades portuguesas a receber o modelo de debate que nasceu em Barcelona, em 2008. Até porque um dos objetivos do Política, como sublinha Bárbara Rosa, codiretora artística do Festival, é “celebrar os valores democráticos através de conteúdos que fomentem a confiança dos cidadãos na sua capacidade de intervir na política e de influenciar as políticas”.

O primeiro “Beers&Politics” em Portugal e em língua portuguesa irá decorrer no dia 4 de abril, a partir das 17h30, no bar do Cinema São Jorge, com a presença de João Paulo Batalha, vice-presidente da associação Frente Cívica, dedicada à defesa de questões de interesse público, e consultor nas áreas da boa governança, transparência e políticas de combate à corrupção, partindo da pergunta “Portugal desistiu da luta contra a corrupção?”.

Na programação musical há concertos dos recém-formados Miss Universo (3 de abril) e dos já experientes Luta Livre (4 de abril) em formato especial, e haverá também o duo português André Ivo e Afonso Branco, que aqui estreia o single “Ser Português”, e o conhecido projeto de Luís Varatojo que apresentará a Luta em formato acústico, num espetáculo/tertúlia que dá primazia à palavra.

Na vertente cinematográfica estão previstas 11 produções, entre curtas e longas-metragens, filmes de animação, ficção e documentários. Destaque para os documentários “Sapadores da Humanidade” (de The Gandaya Colletive), “A cor da liberdade” (de Júlio Pereira), e “Maghreb’s hope” (de Bassem Ben Brahim). Os premiados “Monte Clérigo” (de Luís Campos) e “Mistida” (de Wilker Nhaga) também integram a seleção de 2024.

Nesta edição lisboeta, o Cinema São Jorge volta a acolher um conjunto de exposições: “História LGBT+ em Portugal”, que traça o percurso histórico da comunidade LGBT+ em Portugal; “Afinal quantas pessoas se abstêm em Portugal?”, uma análise dos números oficiais da abstenção; “Polarização afetiva: causas e implicações para o sistema democrático”, com base em documentos científicos; e “MulheresPPT”, uma homenagem às mulheres que desempenharam um papel crucial na política portuguesa.

A “Intervenção” também se faz de novos desafios, como aquele que o Política lança na edição deste ano, em parceria com o Instituto Português do Desporto e Juventude, que é o Concurso para jovens artistas, ativistas e criadores. As candidaturas para as duas bolsas do Festival Política para a cidade de Lisboa decorrem até dia 29 de março, no valor de 500 euros, sendo que as obras ou projetos daí resultantes serão apresentados no Cinema São Jorge nos três dias do Festival.

Para 2024, estão também confirmadas as edições do Festival Política em Braga (maio), Loulé (outubro) e Coimbra (novembro).

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