[weglot_switcher]

Israel expulsa beduínos de Khan Al-Ahmar

Oito países europeus pediram a Israel para não demolir este povoado, dizendo que sua destruição abre caminho à eternização da ocupação da Cisjordânia.
23 Setembro 2018, 16h13

Khan al-Ahmar é um bairro de lata situado a leste de Jerusalém entre dois bairros israelitas, onde vivem cerca de 200 beduínos. Este domingo os moradores ficaram a saber que vão ter de sair dali até 1 de outubro.

Após anos de batalha legal, o Suprema Tribunal de Israel determinou no início de setembro a demolição de Khan Al Ahmar – a aldeia que se tornou emblemática do sofrimento das comunidades beduínas, confrontadas com a ocupação e colonização da Cisjordânia por Israel.

“De acordo com a decisão do Supremo Tribunal, os moradores de Khan Al-Ahmar receberam este domingo ordem para destruir todas as estruturas do lugar antes de 1 de outubro”, adianta um comunicado da COGAT, a agência israelita dos assuntos civis nos territórios palestinianos ocupados.

O Estado de Israel comprometeu-se a deixar os habitantes da aldeia demolirem a sua aldeia, mas a declaração não especifica quais medidas serão tomadas se os habitantes se recusarem.

“Ninguém vai sair, vão ter que nos expulsar pela força!”, disse à Agência France-Presse Eid Abou Khamis, um porta-voz da aldeia. Se Khan Al-Ahmar for demolido, “será somente pela força”, acrescentou.

Oito países europeus pediram na passada semana a Israel para que não demolisse a aldeia, dizendo que sua destruição vai ampliar os bairros israelitas e cortar a Cisjordânia em duas partes. Os países árabes das Nações Unidas também se queixaram da decisão do tribunal israelita. O país ocupa a Cisjordânia há quase cinquenta anos e várias comunidades beduínas estão instaladas a leste de Jerusalém.

Entre a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, mais de 600 mil colonos israelitas coexistem, muitas vezes em conflito, com quase três milhões de palestinianos.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.