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Javier Monzón substitui Juan Luis Cebrián como presidente da Prisa

Maior acionista da Prisa ganha poder no Conselho de Administração do dono do El País e da Media Capital, avança o El Economista.
10 Outubro 2017, 14h05

Javier Monzón é o novo presidente do grupo espanhol de media Prisa, substituindo Juan Luis Cebrián, avançam os jornais espanhóis. O maior acionista Amber Capital ganhou o braço de ferro e substituiu Cebrián. Esta reviravolta acontece quando a Prisa está em processo de venda da TVI ao Grupo Altice em Portugal.

A Prisa, que tem por exemplo o jornal El País, é a maior acionista da Media Capital que tem a TVI e que por sua vez chegou a acordo com a Altice para a venda da empresa portuguesa. Uma decisão que aguarda os pareceres dos reguladores. A Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC) estava para tomar uma decisão nesta terça-feira, mas segundo vários órgãos de comunicação social a ERC pediu mais uma semana para chegar a um consenso em relação ao parecer sobre a compra da Media Capital pela PT/Meo do grupo Altice, pois há falta de consenso entre os três membros do Conselho do regulador dos media.

Há também informações que ao abrigo da lei da televisão, um parecer desfavorável da ERC só seria vinculativo para concentrações entre operadores de televisão e que portanto não seria vinculativo neste caso, avança o Observador.

Segundo o Jornal Público, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) vai precisar de mais uma semana para deliberar sobre a compra da Media Capital pela Altice. O presidente do regulador, Carlos Magno, pediu o adiamento da decisão sobre o negócio por mais uma semana, após de ter recebido informação “relevante” enviada pela NOS, principal concorrente da Meo (detida pelo grupo francês Altice), na passada sexta-feira, diz o diário.

O novo presidente executivo da Prisa é um ex-presidente da Indra, empresa de consultoria e tecnologia. Na reunião da Prisa realizada a 6 de julho, o principal acionista da empresa (Amber Capital com 19,2%) já tinha dado um ultimato a Cebrián, pois exige aumentar o capital e não vender a Santillana Editores, refere o El Economista.

Juan Luis Cebrián estava a ficar sem tempo e sem opções para pagar aos credores, diz o jornal online. O presidente da Prisa vendeu há vários anos vários ativos, emitiu dívida no mercado e angariou capital para reduzir a sua elevada dívida e evitar a liquidação do grupo. O Grupo tem à venda o Canal +, a sociedade Alfaguara, a posição de 14,3% da Mediaset, os 25% da Media Capital de Portugal.

O proprietário de El País precisa de obter 956,5 milhões de euros em menos de um ano para enfrentar o pagamento da dívida que vence nessa altura e evitar que os fundos do abutre distribuam o que resta do grupo, diz o El Economista. Dois terços da dívida da Prisa foram vendidos aos fundos Angelo Gordon, Och-Ziff e Avenue, que, na ausência de refinanciamento ou pagamento bancário, podem proceder à execução dos ativos do grupo de media espanhol.

A guerra na cúpula da Prisa é visível no facto de a A Amber Capital ter exigido que Cebrián cedesse as funções executivas ao novo CEO, Manuel Mirat, num horizonte máximo de seis anos, sob a ameaça de tentar mais uma vez a sua demissão. Com o apoio do HSBC, do CaixaBank e do Banco Santander, entre outros, a Amber já conseguiu uma reviravolta na gestão da Prisa e Cebrián foi forçado a substituir o anterior CEO, José Luis Sainz, por Manuel Mirat, que desde 2015 era responsável pelo El País e pela Prisa Notícias, diz o site espanhol.

O acordo foi conseguido nos dias que antecederam a reunião de administração, embora, no último minuto, Cebrián conseguisse manter o seu posto como presidente do Grupo. Segundo declarações à imprensa vai permanecer no cargo até dezembro de 2018, diz o El Economista.

A possibilidade de deixar os poderes executivos antes do final do ano era, em princípio, parte de uma série de acordos alcançados entre alguns acionistas e o resto do conselho. Isso permitiu que Cebrián obtivesse apoio maioritário no conselho apesar de Joseph Oughourlian, representante da Amber, ter votou contra o conselho de administração no qual o plano de compensação à administração foi aprovado, explica o El Economista..

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