Jerónimo Martins dispara em reação a resultados e PSI contraria perdas europeias

A bolsa de Lisboa terminou a sessão a avançar 2,16%, até aos 6.180,87 pontos, a beneficiar do disparo da cotação da Jerónimo Martins, muito acima de todas as outras cotadas na praça portuguesa.

Lucros fazem Jerónimo Martins disparar mais de 5% na abertura de Lisboa

A firma de distribuição e retalho, detentora da cadeia de supermercados Pingo Doce, divulgou resultados esta quarta-feira, após o fecho da sessão. Na reação aos números, foi notório o otimismo dos investidores, com um avanço de 10,57%, até aos 22,08 euros por título. De resto, aquela cotada liderou o índice PSI com uma larga margem para a concorrência.

Seguiu-se a Navigator, ao somar 3,85%, para 3,67 euros, também ela em reação às contas divulgadas na quarta-feira. A Altri encaixou 2,76% e alcançou os 4,462 euros, ao passo que nos títulos do BCP, os ganhos ascenderam a 2,17%, até aos 0,2825 euros.

Em sentido contrário ficou unicamente a Galp, cujas ações derraparam 0,28% e ficaram-se pelos 14,32 euros, em face da descida observada nos preços a que estavam a ser negociados os combustíveis quando encerrou a sessão.

Entre os índices europeus, nem o travão na subida das taxas juro de referência do Banco Central Europeu (BCE) permitiu a sessão fosse positivo. Nessa medida, só a praça de Milão terminou as negociações em terreno positivo, a adiantar-se 0,28%. A Alemanha registou a queda mais agressiva, em 1,08%, ao passo que o Reino Unido perdeu 0,85%. Seguiu-se o índice agregado Euro Stoxx 50, a escorregar 0,59%, ao passo que França escorregou 0,37% e Espanha derrapou 0,27%.

Nas divisas, o euro recua 0,27% face ao dólar, pelo que um euro corresponde agora a 1,0535 dólares.

“O índice de ações português, o PSI, foi o grande destaque de hoje, ao valorizar mais de 2%, catalisado pelo disparo de 10,6% da Jerónimo Martins e de 3,6% da Navigator, ambas em reação a contas, numa maré verde nacional, onde apenas a Galp encerrou em leve baixa, condicionada pela descida dos preços do petróleo”, de acordo com a análise do departamento de mercados acionistas do Millenium Investment Banking.

“Já no exterior foi um dia de queda, apesar dos receios terem acalmado durante a tarde, depois do BCE ter agido como esperado e mantido a taxa de juro diretora inalterada nos 4,50%, reiterando o discurso de que o atual nível é adequado para trazer a inflação de volta ao objetivo de longo prazo de 2% ao ano, ainda que admita incerteza geopolítica relacionada com os conflitos em Israel e que pode impactar na evolução dos custos energéticos”, escreveram os mesmos especialistas.

“Nos EUA a revelação de que a economia se terá expandido a uma taxa anualizada de 4,9% no 3.ºtrimestre, um ritmo superior ao apontado pelos analistas, ainda gerou entusiasmo, mas que se esvaneceu ao longo da tarde, em especial no setor Tecnológico, numa sessão marcada pela enxurrada de contas empresariais, onde mais de 200 empresas em terras do tio Sam mostraram números”, refere-se.