[weglot_switcher]

“Lítio pode ser o novo petróleo de Portugal”

A frase é dita por uma investigadora do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL), em Braga, que considera que Portugal pode “assumir um lugar cimeiro” na produção de baterias.
30 Maio 2019, 11h23

Para a investigadora Marina Brito, Portugal é “dos únicos” países que tem condições para “cobrir todo o ciclo das baterias, desde da mineração (lítio) à reciclagem” dos equipamentos, apontando que “há toda a economia circular” com base nas baterias.

Esta tese foi defendida no âmbito da Battery Summit 2030, encontro internacional que se vai realizar, esta sexta-feira, no Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL), em Braga, em cooperação com a Agência Nacional de Inovação. A investigadora quer “chamar ao INL à discussão e mostrar” que o instituto pode também estar na vanguarda da questão.

Um dos motivos da conferência é conseguir que “seja um passo” para Portugal aderir ao ‘Fet Baterry 2030 Manifesto’, sendo que a comunidade científica “está focada” em quatro áreas de investigação: aceleração da descoberta de novos materiais e interfaces, sensorização inteligente e capacidade de autorregeneração, capacidade de fabrico e capacidade de reciclagem.

“Aqui no INL temos um ‘cluster’ de energia que está interessado não só na captação da energia solar, mas também em novas formas de armazenamento de energia. Já temos a decorrer investigação solar há algum tempo e tendo em conta que o mundo inteiro está agora a focar nestas novas diretrizes para captação e armazenamento de bateria, achamos que há compatibilidade com as nossas diretrizes”, cita o SAPO a explicação da investigadora.

A profissional argumenta que “Portugal tem o potencial para percorrer o ciclo todo, porque é o único país que tem minas de lítio”. Mas não deixou de relembrar que a forma como o mineral é gerido tem que ser “bem pensada”, dado que “o lítio é o futuro”.

Marina Brito admitiu que “o INL gostava de encontrar novas baterias que não passem só pelo lítio ou chumbo ácido” e salientou que “há baterias em quase tudo o que se faz hoje em dia, desde o carro, ao telemóvel, ao portátil, ao ‘tablet’, tudo tem uma bateria. O problema é que essas baterias não são eternas e a energia acaba”.

“As baterias são de duração limitada, ainda não temos a capacidade de controlar bem a ‘saúde’ da bateria. É preciso criar as ‘smart batteries’ que digam o estado da bateria”, disse, referindo-se a uma das diretivas da Europa que prevê a regeneração destes produtos.

O evento, que decorrerá durante o dia todo e deverá contar com a presença do secretário de Estado João Galamba, do Ministro Manuel Heitor e da nova presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia, Helena Pereira.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.