O lucro líquido da EDP-Energias de Portugal disparou 56%, em termos homólogos, em 2020, para 801 milhões de euros, anunciou a empresa esta quarta-feira. A comparação com o ano anterior foi favorecido pelo facto de em 2019 a empresa ter registado provisões e imparidades no total de 383 milhões de euros.
O EBITDA – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – cresceu 6% para 3.950 milhões de euros, adiantou, em comunicado publicado no site da CMVM.
O consenso dos 16 analistas que publicaram relatórios nos últimos 12 meses, divulgado no site EDP, apontava para uma estimativa média de EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 3.604 milhões de euros, face aos 3.706 milhões de 2019.
Em termos de resultado líquido, o consenso apontava para 779 milhões de euros, uma subida face aos 512 milhões de euros do ano anterior, um exercício no qual a EDP contabilizou uma provisão de 86 milhões relativa ao projeto hídrico do Fridão, bem como o reconhecimento de uma imparidade de 297 milhões nas centrais a carvão na Península Ibérica.
“O resultado líquido recorrente da EDP subiu 6%, em 2020, para 901 milhões de euros, suportado pelo crescimento da actividade de produção de energia renovável, que registou um aumento de 7% face a 2019, para os 47,3 TWh de produção eólica, hídrica e solar”, explicou a empresa. O guidance da empresa, que em janeiro deste ano foi reiterado numa apresentação sobre a execução do plano estratégico, apontava para um lucro líquido recorrente de 900 milhões de euros.
O EBITDA recorrente em 2020, caiu 2% para 3.657 milhões de euros. Excluindo impacto cambial, o EBITDA recorrente aumentou 3% face ao período homólogo, adiantou a EDP, cujo guidance para esta métrica indicava um valor perto do 3,7 mil milhões de euros.
“A evolução do EBITDA recorrente foi suportada por vários factores, entre os quais a normalização dos recursos hídricos na Península Ibérica (comparativamente ao ano seco de 2019) e pela política de gestão de risco nos mercados energéticos”, sublinhou a EDP. “Além disso, há a registar um aumento dos ganhos, face a 2019, com rotação de activos renováveis, que totalizaram 434 milhões em 2020, associados às transacções concluídas no último ano nos EUA e em Espanha e à criação da joint-venture com a Engie para a actividade global eólica offshore, que contribuiu com activos em estado mais avançado de desenvolvimento no Reino Unido, França e EUA”.
Dividendo permanece nos 0,19 euros por ação
O board da empresa vai propor Assembleia Geral de Acionistas, prevista para 16 de abrild e 2021, a distribuição de um dividendo relativo ao exercício de 2020 no valor de 0,19 euros por ação, em linha com o ano anterior.
A EDP sublinhou que o montante de dívida líquida e rácio dívida líquida ajustada/EBITDA em 2020 foram os mais baixos dos últimos 13 anos. A dezembro de 2020, a dívida líquida totalizava 12,2 mil milhões de euros, representando uma redução de 11% face a dezembro de 2019, enquanto que o rácio de endividamento dívida líquida ajustada/EBITDA baixou de 3,6 vezes em 2019 para 3,2 vezes em 2020.
“Esta redução do endividamento foi suportada pela conclusão no mês de Dezembro de 2020 de diversas transacções, nomeadamente a venda de duas centrais a gás e carteira de clientes de retalho em Espanha e de seis centrais hídricas em Portugal”, referiu a energética.
A estas operações, juntam-se duas transacções de rotação de activos renováveis na Europa e nos EUA, assim como a aquisição da Viesgo e consequente parceria com a Macquaire para a distribuição de electricidade em Espanha, esta última aquisição financiada pelo aumento de capital de €1 MM realizado em Agosto.
“Este conjunto de transacções reforça o perfil de baixo-risco e o alinhamento da EDP com a transição energética”, concluiu.
[Atualizada às 17h12]
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