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Madeira: Uso obrigatório de máscara pode pôr em causa retoma do Turismo, alerta Paulo Cafôfo

O responsável disse também que a questão da proporcionalidade, da justificação e da legalidade é fundamental e lembrou que diversos constitucionalistas e juristas têm posto em causa a constitucionalidade desta medida.
29 Julho 2020, 14h12

O recém-eleito presidente do Partido Socialista-Madeira, Paulo Cafôfo, alertou, esta quarta-feira, para o facto de o uso obrigatório de máscaras na Região poder pôr em causa a retoma do Turismo.

O dirigente socialista salientou que o Turismo é essencial para podermos alavancar a economia e advertiu que, para tal, “não podemos complicar”.

“Temos de ter medidas proporcionais que sejam justificadas e que possam contribuir para que a retoma do Turismo possa acontecer em condições de segurança”, sustentou, alertando que a questão do uso de máscaras pode pôr em causa a retoma do Turismo.

O também deputado na Assembleia Legislativa da Madeira deu como exemplo as Ilhas Baleares, onde esta mesma medida foi implementada e está a ter efeitos nefastos, nomeadamente o cancelamento de reservas.

No entender de Paulo Cafôfo se a situação está controlada do ponto de vista epidemiológico (poucos casos) e se existe um controlo no aeroporto em termos dos testes que são feitos às pessoas, não se justifica que haja este uso de máscaras.

Paulo Cafôfo esclarece que o PS é a favor de medidas que possam garantir a segurança da população, mas lembra que a maior parte desta tem tido um comportamento exemplar, excetuando algumas questões relacionadas com eventos que foram mediatizados, nomeadamente um rali. Por isso, refere que o mais importante é controlar e fiscalizar esses eventos a nível de segurança, regras sanitárias e distanciamento social, e não obrigar toda uma população a usar máscara, “sendo que isso põe, em primeiro lugar, em causa a retoma do nosso turismo”.

O responsável disse também que a questão da proporcionalidade, da justificação e da legalidade é fundamental e lembrou que diversos constitucionalistas e juristas têm posto em causa a constitucionalidade desta medida.

Por outro lado, Paulo Cafôfo aproveitou a visita a Santana para abordar as problemáticas que afetam o desenvolvimento de toda a costa Norte da ilha e que põem em causa a coesão territorial na Região, nomeadamente o despovoamento, o envelhecimento e o empobrecimento.

“Nós temos um desequilíbrio na nossa ilha. Temos 80% da população a viver em concelhos como Funchal, Santa Cruz, Câmara de Lobos e Machico e temos aqui uma população que é muito envelhecida”, declarou, considerando que há que tomar medidas para inverter esta situação e condições para fixar as pessoas nestes locais.

Neste âmbito, defendeu a existência de incentivos e benefícios para as empresas que têm sede social nestes concelhos, de modo a que possa haver criação de emprego, fixação de pessoas e desenvolvimento destas localidades.

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