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Ministério Público abre inquérito às ameaças às deputadas e ativistas e à concentração de grupo de extrema-direita

Concentração de extrema-direita e ameaças via e-mail a três deputadas e sete ativistas motivaram abertura de inquérito por parte do Ministério Público.
  • Sede SOS Racismo a 18 de julho
13 Agosto 2020, 19h50

O Ministério Público decidiu abrir inquéritos às ameaças às deputadas e ativistas e também à concentração de grupo de extrema-direita à porta da associação SOS Racismo, avança a “RTP”.

Esta quinta-feira, e na sequência deste caso, Marcelo Rebelo de Sousa pediu “tolerância zero para as ameaças racistas em Portugal. O Governo alinhou no mesmo sentimento e referiu que as “ameaças às deputadas também são ameaças à democracia”.

As deputadas do Bloco de Esquerda visadas no ‘email’ são Beatriz Gomes Dias e Mariana Mortágua, mas a deputada não inscrita (ex-Livre) Joacine Katar Moreira também é visada, tal como o dirigente do SOS Racismo Mamadou Ba e Jonathan Costa, da Frente Unitária Anti-Fascista, entre 10 cidadãos.

“Informamos que foi atribuído um prazo de 48 horas para os dirigentes antifascistas e antirracistas incluídos nesta lista, para rescindirem das suas funções políticas e deixarem o território português”, lê-se no ‘e-mail’ em causa, a que a Lusa teve acesso.

No ‘e-mail’ mensagem eletrónica refere-se que se o prazo for ultrapassado “medidas serão tomadas contra estes dirigentes e os seus familiares, de forma a garantir a segurança do povo português”, e que “o mês de agosto será o mês do reerguer nacionalista”.

Com data de 11 de agosto, a mensagem de correio eletrónico foi enviada, a partir de um endereço criado num ‘site’ de ‘e-mails’ temporários, para o SOS Racismo e é assinada por “Nova Ordem de Avis – Resistência Nacional”, a mesma designação de um grupo que reclamou, na rede social Facebook, ter realizado, de cara tapada e tochas, uma “vigília em honra das forças de segurança” em frente às instalações da SOS Racismo, em Lisboa, e que um dos dirigentes desta associação, Mamadou Ba, classificou como “terrorismo político”.

A manifestação de extrema-direita, ao estilo Ku Klux Klan, teve lugar no fim de semana passado em frente à sede da associação SOS Racismo. A manifestação realizada no sábado passado, em frente à sede da SOS Racismo, motivou uma queixa da organização ao Ministério Público. O SOS Racismo chamou-lhe a “parada Ku Klux Klan”, tendo em conta as semelhanças com as manifestações do grupo norte-americano de supremacia branca. Isto porque os manifestantes usaram máscaras brancas a tapar o rosto e tochas, à semelhança da organização extremista norte-americana.

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