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Na hora da despedida: Pedro Nuno Santos elogia Neeleman e diz que Antonoaldo sai já

“Há a saída de um dos principais acionistas da TAP, que era o responsável pela escolha desta comissão executiva por isso é difícil de explicar que o atual CEO da TAP se manteria”, justificou o ministro. Uma equipa de transição vai assumir a gestão executiva até ser escolhida uma nova equipa através de um processo de recrutamento a nível internacional para trazer uma equipa especializada em aviação.
  • Rafael Marchante/Reuters
3 Julho 2020, 09h15

No momento de despedida, Pedro Nuno Santos deixou elogios ao percurso de David Neeleman na TAP, apontando que não fazia sentido Antonoaldo Neves ficar na empresa com a saída do acionista norte-americano.

“A entrada de David Neeleman foi importante para a TAP. Mesmo que tenha havido divergências, não quero ser injusto com o acionista que tivemos que percebe bastante do setor, teve sucesso em vários pontos do globo e que deu um contributo muito importante à TAP. E isso não pode ser esquecido”, afirmou na quinta-feira à noite na conferência de imprensa onde foi anunciada a saída do empresário norte-americano da empresa.

“A TAP tem hoje uma ligação aos Estados Unidos muito relevante e ela é simultânea com a entrada de David Neeleman na TAP: renovou a sua frota, viajou para mais sítios, para mais rotas, a TAP transportou mais passageiros”, destacou Pedro Nuno Santos.

O Estado comprou os 22,5% que pertenciam a Neeleman por 55 milhões de euros. Assim, o acionista Estado passou a deter 72,5%, com o empresário Humberto Pedrosa a manter os seus 22,5%, com os restantes 5% nas mãos dos trabalhadores.

“Podemos fazer diferentes análises, mas nesta fase fica o que de mais importante se conseguiu nos últimos anos. A pandemia teve consequências reais na TAP e temos que fazer face a este novo momento. A dimensão que a TAP tem obriga a que o trabalho que vamos fazer agora seja de maior intensidade” , afirmou o governante.

Em relação ao presidente da comissão executiva, Antonoaldo Neves, o ministro anunciou que saíra imediatamente da empresa.

“Uma das condições [do acordo entre Estado e privados] é a substituição imediata do CEO. No imediato, o CEO terá de ser substituído”, afirmou.

Questionado sobre se Antonoaldo Neves iria ter direito a algum tipo de prémio ou indemnização devido à sua saída, o ministro garantiu que não.

“Não há nenhuma cláusula especial. Naturalmente, terá direito aquilo que qualquer trabalhador de uma empresa no momento de interrupção do seu contrato tem”, respondeu.

“A questão é evidente há a saída de um dos principais acionistas da TAP, que era o responsável pela escolha desta comissão executiva por isso é difícil de explicar que o atual CEO da TAP se manteria, mas não estou a falar de mais ninguém na comissão executiva”, justificou, não conseguindo avançar se os restantes membros vão ficar no cargo no futuro. A comissão executiva é constituída por mais dois vogais: David Pedrosa e Raffael Quintas.

O ministro anunciou que uma “equipa de transição vai assumir funções”, mas não avançou quando, apontando que “não há condições para que entre em funções nas próximas semanas”.

Esta equipa vai assegurar a gestão corrente da empresa até ser escolhida uma nova equipa executiva para a empresa.  “Contrataremos uma empresa especializada em fazer a pesquisa de quadros qualificado no setor da aviação. Terá de ser uma equipa qualificada, com experiencia no setor da aviação, e que esteja de acordo com aquilo que são os objetivos estratégicos do Estado português, porque a gestão é profissional”.

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