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“Operação e-Toupeira”: Benfica quer reunião urgente com a PGR

A Sport Lisboa e Benfica SAD confirmou que a Polícia Judiciária (PJ) fez esta terça-feira buscas nas suas instalações, reitera a “total disponibilidade em colaborar com as autoridades” e diz que vai pedir uma reunião urgente com a procuradora-geral da República.
6 Março 2018, 12h17

A Sport Lisboa e Benfica SAD confirmou que a Polícia Judiciária (PJ) fez esta terça-feira buscas nas suas instalações, reitera a “total disponibilidade em colaborar com as autoridades” e diz que vai pedir uma reunião urgente com a procuradora-geral da República.

O Benfica indica que as buscas foram feitas “no âmbito de um processo de investigação sobre eventual violação do segredo de justiça”, mas a PJ, em comunicado, refere que esta operação, denominada “Operação e-Toupeira”, tem por base suspeitas “dos crimes de corrupção ativa e passiva, acesso ilegítimo, violação de segredo de justiça, falsidade informática e favorecimento pessoal”.

O Benfica anuncia também, no seu comunicado, que vai “pedir com carácter de urgência uma audiência à senhora procuradora-geral da República, pelas reiteradas e constantes violações do segredo de justiça, sobre os processos que envolvem o clube”.

Considera que estas “violações” traduzem uma “estratégia intencional e com procedimentos fáceis de serem investigados, como hoje foi claramente comprovado”.

 

Operação resultou em duas detenções

A PJ já confirmou a detenção de dois suspeitos no âmbito da “Operação e-Toupeira”. Em comunicado, a PJ refere que a operação desta terça-feira foi feita através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) e no âmbito de um inquérito que corre termos no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.

O Jornal Económico confirmou que um dos detidos é o diretor do departamento jurídico do Sport Lisboa e Benfica, Paulo Gonçalves, e o outro um funcionário do Instituto de Gestão Financeira de Equipamentos e da Justiça (IGFEJ).

A operação envolveu cerca de 50 elementos da PJ, um juiz de instrução criminal e dois magistrados do Ministério Público. Foram realizadas 30 buscas nas áreas do Porto, Fafe, Guimarães, Santarém e Lisboa, “que levaram à apreensão de relevantes elementos probatórios”, refere a PJ.

“Nesta investigação, iniciada há quase meio ano, averigua-se o acesso ilegítimo a informação relativa a processos que correm termos nos tribunais ou Departamentos do Ministério Público a troco de eventuais contrapartidas ilícitas a funcionários”, explica.

Os detidos vão ser sujeitos a primeiro interrogatório judicial.

“A investigação prossegue com vista à continuação de recolha de prova e ao apuramento dos benefícios ilegítimos obtidos”, acrescenta.

O Benfica manifesta no comunicado, publicado no seu site, “a sua confiança e convicção de que o Dr. Paulo Gonçalves terá oportunidade, no âmbito do processo judicial, de provar a legalidade dos seus procedimentos”.

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