[weglot_switcher]

Porto de Sines quer atingir quota de 3% das cargas movimentadas na Península Ibérica

O objetivo inscrito no ‘Plano Estratégico do Porto de Sines 2020-2025’, a que o Jornal Económico teve acesso, reprsenya uma quaze duplicação da atual quota do porto alentejano no panorama ibérico. Acrescentar mais 500 mil toneladas de carga anual a partir das áreas logísticas do porto é outro objetivo traçado por este documento.
30 Setembro 2020, 12h53

O porto de Sines quer capturar cargas ao nível ibérico e movimentar 3% do total de mercadorias no setor portuário da Península Ibérica.

Este é um dos objetivos inscritos no Plano Estratégico do Porto de Sines 2020-2025, coordenado pelo professor Álvaro Nascimento, da Católica Porto Business School – Universidade Católica do Porto, que esteve eta manhã a ser apresentado na sede da APS – Administração dos Portos de Sines e do Algarve, em Sines, numa cerimónia presidida por Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas e da Habitação.

O documento, a que o Jornal Económico teve acesso, elenca três eixos estratégicos, três objetivos estratégicos e três metas estratégicas.

No campo dos eixos estratégicos, referenciam-se “o reforço da centralidade e da conectividade”, “um modelo de gestão de rede ou de coordenação do sistema” e “um compromisso firme com a sustentabilidade ambiental e social”.

“Sines, um porto para o mundo” é o lema do primeiro objetivo estratégico, que defende “um conjunto de programas e ações que têm como finalidade o contributo do ‘hinterland’ ibérico, isto é, dos mecanismos regionais, para os movimentos de carga e descarga a granel e contentorizada, oferecendo a centralidade necessária para aceder aos mercados internacionais.

“Sines: o mundo no porto”, é o mote do segundo objetivo estratégico deste plano: “um leque de açõs e projetos orientados para o aproveitamento da área livre disponível na ZILS [Zona Industrial e Logística de Sines] e ZAL [Zona de Atividades Logísticas], fomentando a instalação de empresas que em simultâneo beneficiem da proximidade do porto e contribuam para o reforço dos seus movimentos”.

“Sines: um porto no futuro” é o lema do terceiro objetivo estratégico deste plano: “projetar Sines como uma infraestrutura portuária apta a integrar as modernas tecnologias da informação e comunicação no seu modelo de negócio e em sintonia com a desejada preservação do equilíbrio ambiental, social e económico que caracteriza as sociedades contemporâneas”.

Para cada um destes três objetivos estratégicos, o plano desenvolvido pela Católica Porto Business School – Universidade Católica do Porto, e coordenado pelo professor Álvaro Nascimento, a que o Jornal Económico teve acesso, apresenta três metas estratégicas correspondentes.

O plano estratégico do porto de Sines tem um horizonte de dez anos, mas as metas estratégicas apontam para compromissos a cinco anos.

A primeira delas resume-se ao referido objetivo de movimentar 3% da carga ibérica. “Alcançar uma quota de 3% no total das cargas ibéricas associadas ao comércio externo (importação/exportação), excluindo os produtos do segmento energético e, naturalmente, as operações de ‘transhipment’ [transbordo] propriamente ditas”, assume o documento em questão.

Na prática, esta meta significa quase duplicar o peso do porto de Sines no conjunto ibérico, uma vez que, segundo o Jornal Económico apurou, neste momento, o porto alentejano, representa cerca de 1,7% da quota total das cargas portuárias movimentadas na Península Ibérica, sem contar com o segmento energético e com o ‘transhipment’.

A segunda meta estratégica desta plano para o futuro do porto de Sines passa por expandir a atividade da ZILS e da ZAL e “assegurar que a expansão, isto é, as novas atividades económicas na ZILS e na ZAL contribuam com mais 40% para os movimentos do porto face à situação atual (1,27 milhões de toneladas) e excluindo o segmento energético”.

Assim, esta meta estratégica, se se concretizar, significa que as atividades logísticas da ZILS e da ZAL poderão acrescentar cerca de 500 mil toneladas por ano às cargas movimentadas no porto alentejano, das atuais 1,27 milhões de toneladas para as projetadas 1,778 milhões de toneladas.

Por fim, a terceira meta estratégica apontada por este plano centra-se na liderança da satisfação dos ‘stakeholders’ do porto de Sines e pretende “registar uma classificação média de 8 no índice de satisfação dos ‘stakeholders’ nos atributos de ‘conectividade interna’, ‘custo/preço’ e ‘hinterland’”.

Neste momento, a classificação do porto de Sines nestes itens perante os seus ‘stakeholders’ é de 6.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.