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Portugal paga juros mais baixos de sempre para emitir 1.100 milhões em dívida a 3 e 11 meses

Num leilão duplo de Bilhetes do Tesouro a três e 11 meses, o IGCP conseguiu as taxas de colocação mais baixas de sempre em ambas as maturidades. O montante não foi máximo, mas ficou no intervalo definido.
  • D.R.
21 Fevereiro 2018, 10h54

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, o IGCP, emitiu esta quarta-feira 1.100 milhões de euros, num leilão duplo de Bilhetes do Tesouro (BT) a três e onze meses. Apesar de não ter colocado o montante máximo indicativo, Portugal pagou os juros mais baixos face ao último leilão comparável e renovou mínimos em ambas as maturidades.

“Portugal continua a emitir dívida de curto prazo junto aos mínimos histórico, mas mesmo assim as taxas portuguesas são mais atrativas quando comparadas com as taxas das dívidas europeias de curto prazo”, explicou o diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa, Filipe Silva.

Nas BT com maturidade em 18 de maio de 2018, foram emitidos 300 milhões de euros, a uma taxa de juro de -0,417%. No último leilão comparável, a 18 de outubro, tinha conseguido uma taxa de -0,389%.

Já no prazo mais longo, as BT com maturidade a 18 de janeiro de 2019, foram colocados 800 milhões de euros, a uma taxa de -0,393%. Em outubro, a taxa tinha ficado em -0,325%.

A procura ficou 3,57 vezes acima da oferta nos BT a três meses (abaixo dos 4,6 em outubro) e foi 1,79 vezes superior à oferta nos BT a 11 onze meses (em linha com os 1,8 do último leilão comparável).

“Estamos a começar o ano a emitir a taxas negativas, à semelhança do que aconteceu em 2017, ano em que todas as emissões de Bilhetes do Tesouro foram feitas a taxas negativas. São boas notícias para o custo médio da dívida portuguesa”, acrescentou Silva.

Nas últimas emissões, Portugal tem beneficiado de um reforço da confiança dos investidores para emitir dívida de curto prazo com juros cada vez mais negativos. Mas, nas últimas semanas, os receios com a aproximação do fim do programa de quantitative easing (QE) do Banco Central Europeu (BCE) tem levado a uma subida generalizada das yields das obrigações soberanas benchmark na zona euro, nas últimas semanas.

No mercado secundário, os juros da dívida portuguesa a 10 anos negoceiam, esta quarta-feira, nos 2,037%. Apesar disso, Portugal parece ter passado ao lado da tendência, tendo voltado a pagar menos pela colocação.

[Notícia atualizada às 11h20 com comentário]

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