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Preços da eletricidade e gás sobem: consumidores procuram alternativas

A volatilidade do mercado energético está a levar um número crescente de consumidores portugueses a rever os seus contratos de eletricidade e gás natural.
11 Março 2025, 10h02

De acordo com o mais recente relatório do ComparaJá.pt, referente a fevereiro de 2025, 72,8% dos consumidores que contrataram um novo serviço de energia optaram por tarifas apenas de eletricidade, enquanto os contratos duais, que incluem também o gás, representaram apenas 25,04% das novas adesões.

O aumento dos preços, com algumas empresas a anunciarem subidas de até 12% no gás natural, tem impulsionado esta mudança de comportamento, com os consumidores a procurarem cada vez mais soluções para reduzir os custos. “As tarifas indexadas tornaram-se menos atrativas devido às constantes flutuações no mercado grossista de energia, levando muitas famílias a preferirem tarifas fixas para garantir previsibilidade na fatura”, explica José Trovão, Diretor de Energia do ComparaJá.pt.

Tarifas simples continuam a ser a opção preferida

O estudo revela ainda que 92,97% dos consumidores que recorreram à plataforma ComparaJá.pt optaram por tarifas simples, enquanto as tarifas bi-horárias foram escolhidas por apenas 6,98%. As tarifas tri-horárias, que permitem um ajuste mais detalhado ao consumo ao longo do dia, representam apenas 0,05% dos contratos.

“A maioria dos consumidores opta pela simplicidade e previsibilidade. Embora as tarifas bi-horárias possam gerar poupanças para quem tem um consumo mais concentrado em determinados períodos, a adesão ainda é baixa”, refere José Trovão.

Lisboa e Porto lideram mudanças de fornecedor

A necessidade de reduzir custos tem levado a um aumento significativo na troca de fornecedores de energia. Lisboa e Porto concentram o maior volume de mudanças de contrato, representando, respetivamente, 26,63% e 17,95% das novas subscrições. Outras regiões com elevada adesão à troca de fornecedor incluem Setúbal (10,72%), Aveiro (7,07%) e Braga (6,75%).

“Estamos a assistir a uma maior consciência financeira por parte dos consumidores, que percebem que mudar de fornecedor pode trazer vantagens consideráveis. Em muitos casos, a diferença entre a tarifa mais cara e a mais barata pode ultrapassar os 20% na fatura mensal”, sublinha José Trovão.

Diferenças de preço podem ultrapassar os 80 euros mensais

O relatório apresenta simulações que demonstram o impacto da escolha do fornecedor no orçamento familiar. Para um casal sem filhos, com um consumo médio de 160 kWh/mês e uma potência contratada de 3,45 kVA, a oferta mais barata identificada custa 34,33 euros mensais, enquanto a mais cara atinge os 56,56 euros – uma diferença superior a 22 euros por mês.

Fonte: https://www.comparaja.pt/energia/eletricidade

Para uma família com dois filhos e um consumo de 400 kWh/mês, os valores variam entre 71,08 euros e 87,66 euros. Já para uma família numerosa, com um consumo de 908 kWh/mês, a diferença entre a tarifa mais barata e a mais cara chega a 82,83 euros mensais.

“Estes valores mostram que uma simples mudança de fornecedor pode representar uma poupança anual significativa. Para garantir a melhor escolha, os consumidores devem recorrer a plataformas de comparação, que permitem analisar todas as ofertas disponíveis e encontrar a que melhor se adapta às suas necessidades”, alerta José Trovão.

Comparar tarifas regularmente pode gerar poupanças significativas

Num mercado altamente volátil, os especialistas recomendam que os consumidores revisitem regularmente os seus contratos de eletricidade e gás natural. Com ajustes tarifários frequentes por parte dos fornecedores, a opção mais vantajosa hoje pode não ser a melhor dentro de alguns meses.

“Com as constantes mudanças no setor energético, é essencial que os consumidores não se acomodem a um único contrato. Fazer comparações regulares e estar atento às variações do mercado pode fazer toda a diferença na gestão do orçamento familiar”, conclui José Trovão.

Com os preços da eletricidade e do gás em constante oscilação, o desafio dos consumidores passa por encontrar um equilíbrio entre previsibilidade e poupança. A revisão periódica das tarifas e a análise das diferentes ofertas do mercado são essenciais para garantir que se paga apenas o necessário pela energia consumida.

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