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Putin afastou críticos do Conselho de Direitos Humanos russo por decreto

Vários críticos das autoridades russas foram excluídas pelo Presidente Vladimir Putin do Conselho Consultivo de Direitos Humanos, ligado ao Kremlin, segundo um decreto presidencial publicado hoje.
  • Vladimir Putin
21 Outubro 2019, 20h29

Vladimir Putin substituiu hoje por decreto o presidente do Conselho de Direitos Humanos, Mikhail Fedotov, que dirige o órgão desde 2010 e se tinha mostrado muito crítico com a violenta repressão dos protestos da oposição nos últimos meses.

O decreto explica que Fedotov foi demitido do seu cargo devido ao limite de idade (70 anos) e juntamente com ele mais quatro pessoas foram afastadas.

Mikhail Fedotov será substituído por Valery Fadeyev, alto responsável do partido no poder Rússia Unida e ex-apresentador do canal de televisão russo Piervy Kanal.

As cinco pessoas demitidas incluem, além de Fedotov, a analista política Ekaterina Shulman, que apoia abertamente o principal opositor do Kremlin, Alexei Navalny, e Pavel Tchikov, responsável de uma organização não-governamental (ONG) especializada em assistência jurídica a presos políticos.

Os outros dois são Ivan Chablinski, professor liberal de uma universidade, que criticou a repressão nas manifestações em Moscovo no verão e Yevgeny Bobrov, responsável de uma ONG que presta assistência jurídica a cidadãos comuns em disputas imobiliárias com as autoridades.

Os cinco serão substituídos por antigos e atuais funcionários de meios de comunicação públicos, incluindo Kirill Vychinsky, um jornalista russo-ucraniano que chegou à Rússia no mês passado como parte de uma troca de prisioneiros entre Moscovo e Kiev.

“O Conselho está morto. Que descanse em paz”, reagiu um ativista para a defesa dos direitos dos eleitores, Grigori Melkoniants, numa mensagem na rede social Facebook, sugerindo que os novos membros estarão muito mais inclinados a concordar com as autoridades.

Nos últimos anos, o Conselho, que tem 50 membros no total, perdeu gradualmente a sua influência, com muitos respeitados defensores dos direitos humanos a saírem em protesto contra a política do Kremlin.

Vladimir Putin reúne-se com o Conselho algumas vezes, mas a sua influência é limitada, mesmo que os seus membros às vezes publiquem comunicados de imprensa críticos das autoridades.

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