[weglot_switcher]

Queda das bolsas mundiais prejudica PSI 20. Papeleiras contrariam tendência com ganhos até 8%

Os investidores mostram-se cautelosos, depois de esta quarta-feira se ter registado a pior sessão para as bolsas desde fevereiro.
  • Benoit Tessier / Reuters
11 Outubro 2018, 10h34

A bolsa nacional está em terreno negativo, a meio da manhã desta quinta-feira, dia 11 de outubro, com as papeleiras a destacarem-se ao contrariarem a tendência. O principal índice do mercado, PSI 20, perde 0,67%, para 5.002,31 pontos, acompanhando a Europa em queda. Os investidores mostram-se cautelosos, depois de esta quarta-feira se ter registado a pior sessão para as bolsas desde fevereiro.

A liderar as perdas na praça lisboeta está a Sonae, que perde 3,93% para 0,818 euros. A retalhista continua em queda apesar de a oferta pública de venda da Sonae MC, a unidade de retalho da Sonae, ter sido percecionada pelos analistas como benéfica para o grupo. No setor do retalho, a Jerónimo Martins está também a cair 1,65% para 11,015 euros.

No setor da energia, a EDP desvaloriza 0,86% para 3,113 euros, a EDP Renováveis resvala 1,69% para 8,160 euros, a Galp Energia deprecia 3,03% para 16,005 euros e a REN recua 0,17% para 2,356 euros.

Em terreno negativo estão também a negociar o BCP (-1,90%), os CTT (-1,13%), a Mota-Engil (-0,78%), a NOS (-0,86%) e a Pharol (-0,67%).

A contrariar a tendência destacam-se as papeleiras. A Navigator é a cotada que mais sobe, estando a registar uma valorização de 7,79% para 4,204 euros. A impulsionar os ganhos da cotada está a revisão em baixa da taxa anti-dumping dos Estados Unidos de 37,34% para 1,75%, anunciada esta quinta-feira.

Com esta medida, a Navigator vai passar a registar perdas anuais de cerca de dois milhões de euros e de cerca de três milhões de euros no EBITDA, de acordo com o comunicado enviado ontem à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). “Será iniciado um processo de pedido de reembolso no valor aproximado de 22 milhões de euros, correspondente à diferença entre os montantes depositados até fevereiro de 2017 e o montante agora apurado”, refere a nota da CMVM.

No restante setor da pasta e do papel, a Semapa sobe 4,48% para 16,780 euros e a Altri aprecia 0,90% para 7,890 euros. Em alta estão ainda a Corticeira Amorim (0,57%), a Ibersol (0,44%), a F. Ramada (0,52%) e a Sonae Capital (0,39%).

As restantes praças europeias estão a negociar em sentido negativo. O índice alemão DAX perde 1,38%, o francês CAC desvaloriza 1,55%, o italiano FTSE MIB deprecia 1,67%, o holandês AEX cai 1,89%, o britânico FTSE 100 recua 1,85% e o espanhol IBEX 35 resvala 1,65%.

Os analistas do Bankinter dão conta de que as bolsas europeias estão a refletir as perdas dos mercados norte-americano e asiático. A equipa de research do Bankinter aponta duas razões para esta ter sido a pior sessão para as bolsas desde fevereiro: “(i) medo de uma rápida subida das yields das obrigações, porque a Fed poderá subir as taxas de forma mais rápida e (ii) consequências da guerra comercial, depois de a Fastenal ter alertado sobre uma maior pressão nas margens, devido ao aumento do preço das matérias primas”.

Apesar de todas as bolsas terem caído, a equipa de research do Bankinter acredita que não estamos a entrar em recessão. “A pergunta que hoje todos fazemos é simples: o ciclo económico e de mercado inverteu e estamos a entrar em recessão? A resposta também é simples: NÃO… a não ser que isto se torne numa profecia que se autorealiza”, indicam.

“As bolsas caem por receios de que a curva das taxasamericana inverta e que isso indique, segundo a teoria clássica, recessão. No entanto isto ainda não aconteceu e, embora a curva esteja de facto plana, não significa necessariamente uma inversão de ciclo, mas sim uma normalização muito rápida das taxas de juro nos Estados Unidos, país que cresce a um ritmo muito elevado, o que por sua vez obriga a uma maior rapidez no processo de normalização de taxas. Nada mais”, explica o Bankinter.

No setor petrolífero, a cotação do barril de Brent, que serve de referência para a Europa, recua 2,05% para 81,39 euros, enquanto a cotação do crude WTI perde 1,98%, para 71,72 dólares por barril.

No mercado cambial, o euro aprecia 0,24% para 1,155 dólares e a libra soma ligeiramente 0,02% para 1,319 dólares.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.